Estamos passando por um momento difícil no nosso país. Talvez a pior crise dos últimos cem anos, considerando os aspectos moral, político e econômico. A desconfiança e insatisfação com o poder público e governantes instauraram uma onda generalizada de pessimismo e desesperança, tendo como resultante, outra vez, o impedimento de um governo já sem sustentação administrativa e impopular.
A história brasileira mais uma vez foi manchada. Infelizmente, a política como disputa de poder sobrepôs arte de governar o povo, visando a harmonia entre os cidadãos e o bem comum. Nos últimos momentos, o Brasil foi deixado de lado, suscitando uma batalha pela permanência a qualquer custo, pautada pela falsa ideologia democrática e pelo desrespeito às instituições, onde barganhas pervertidas substituíram os ideais de servir à população sofrida do nosso país.
Assim, não havia outra alternativa senão a necessidade de cessar o desastroso processo político vigente, substituindo pessoas e ideologias, com o único e preponderante intuito de resgatar a confiança e a esperança do povo brasileiro. Ainda não temos o convencimento de que o céu está clareando, mas já podemos perceber as movimentações do nevoeiro que cobria o horizonte.
Coincidência ou não, estamos no outono, que chega pra resfriar a quentura do verão. A estação modifica o cenári as folhas caem, a vegetação muda de cor, dando-nos a impressão de que a natureza está morrendo. Mas tudo isso tem um motivo. A paisagem mórbida do outono é a preparação para a renovação e o renascimento que logo chegará. Talvez a nossa política atual esteja vivendo esse momento, de rebrotar as flores, de ressurgir o verde da esperança, de reverdecer. Quero ter a certeza de que nossa primavera logo virá, trazendo o aroma das flores e a alegria das cores, resgatando a fé de um povo tão sofrido, que não merece mais viver dias cinzentos.
(*) Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba, chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba