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Puxando as rédeas

O Brasil vive a primeira semana sob um governo parcial, empossado após a decisão...

Paulo Leonardo Vilela Cardoso
Publicado em 18/05/2016 às 19:49Atualizado em 16/12/2022 às 18:51
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O Brasil vive a primeira semana sob um governo parcial, empossado após a decisão do Senado Federal pelo acolhimento da Denúncia de Impeachment, e por consequência, pelo afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff pelo prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, ou até que, dentro deste prazo, seja proferida a decisão final de procedência ou não do pedido inicial.

É um período relativamente curto, mas suficiente para apurar as causas que levaram o País ao grande déficit econômico e orçamentário, com reflexos visíveis no dia a dia dos cidadãos, seja pelo aumento do desemprego e da inflação.

Por outro lado, não é difícil perceber que quando o governo contrata e não paga, as consequências são imediatas. Imagine, então, quando deixa de cumprir os repasses de verbas aos estados e municípios. Neste caso, os sintomas são desastrosos. Tanto assim que os Prefeitos dos mais diversos municípios de todo o Brasil, foram até Brasília propor um verdadeiro “pacto federativo” a fim de cobrar uma justa distribuição de recursos entre União, Estados e Municípios. Entre os setores mais afetados pela falta de repasses do Governo Federal encontra-se a Saúde, e como exemplo direto, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), pois para mantê-las em funcionamento as Prefeituras dependem destas verbas, sob pena de prejudicar o caixa de outras áreas.

O fato é que o descumprimento das regras orçamentárias levou ao inadimplemento das obrigações inicialmente pactuadas, e por consequência, aos caos hoje instaurado. Má gestão.

Ora, é fato que a administração pública depende fundamentalmente de todos os recursos públicos para manter a economia, e quando extrapolados surge a necessidade de adotar medidas anacrônicas, como demissão, repactuação dos gastos previdenciários, cortes e mais cortes no orçamento. Enfim, torna-se fácil perceber que quem paga “o pato” pela incapacidade gerencial somos nós.

Pior de tudo é, ainda, ouvir de muitos que vale votar naquele agente que “rouba, mas faz”, ledo engano. Além da prática de ato criminoso, aquele político que cobra e recebe propina de empreiteiras e entidades privadas interessadas em vencer os processos licitatórios, verdadeiro corrupto, age pensando em seu único e exclusivo benefício, e nunca no bem estar daquele cidadão que, sentando por horas e horas, aguarda o atendimento público, muitas das vezes deficiente.

De fato, e de uma vez por todas, passo a passo, o brasileiro vai tomando ciência do valor do seu voto, e do poder de cobrar uma resposta daquele que tem a obrigação de atendê-lo. Se economicamente entramos em uma literal “enrascada”, é hora de colaborar e ajudar a puxar às rédeas deste país que merece a nossa atenção, e controle.

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