A mulher na política

Patrocinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e veiculada pelo rádio e pela televisão, uma propaganda que integra a campanha Igualdade na Política promove a valorização da mulher nesse setor, mostrando como certas atividades humanas antes essencialmente masculinas foram conquistadas por ela.

Sobreposta à imagem de uma piloto de avião, surge na tela a frase “Mulher não serve para pilotar avião.” e, de repente, desaparece a palavra “não”. Situações semelhantes acontecem na propaganda com a juíza de futebol, a executiva e a engenheira. Ao final, as mulheres são convidadas a discutir os problemas da comunidade, do município, Estado, país, e a participar expressivamente da política, candidatando-se a cargos eletivos. “Quanto mais mulheres na política, mais democracia!”

Há vereadoras, prefeitas, deputadas estaduais e federais defendendo interesses da comunidade. E as duas mulheres que atuaram como prefeitas da maior cidade do país, São Paulo, cumpriram o mandato com competência. Vale lembrar que a Lei das Eleições assegura 30% do número de candidaturas para as mulheres, em cada partido político ou coligação.

O curioso é que a propaganda em questão não menciona aquela que alcançou o mais alto posto político no país, a Presidência da República. A omissão ocorreu de propósito. Afinal, apesar de as mulheres terem conquistado espaços significativos, sendo inclusive mais eficientes no serviço em muitos casos, foi na gestão de uma mulher que o país passou a experimentar uma vultosa crise econômica, política e ética. Entretanto, não é por esse motivo que não será possível outra mulher ocupar o cargo, mas, desta vez, alcançando o sucesso que o país merece. O TSE, que foi muito feliz em não fazer essa menção, provou acreditar no trabalho da mulher, sem preconceitos. E é essa a atitude que se espera de toda a comunidade.