O livro dos imortais

Quanto mais passa o tempo, mais vou comprovando que não há nesse mundo quem possa mudar a História. Senão vejamos: no dia 17/04/2016, o jornalista Alexandre Pereira, em sua coluna “Cá entre nós”, noticiou que estudo hidrogeológico realizado no aterro sanitário da Baixa revela a “contaminação do lençol freático e do solo por diversos tipos de elementos provenientes de infiltrações de efluentes”. Ato contínuo manifestei que em trabalho pericial judicial realizado há mais de vinte anos, pugnei pelo não prosseguimento da instalação daquele aterro, pelas razões hoje aviventadas.

Tenho em mãos o Laudo Pericial, com data de 18/12/1995, no qual diante de discrepâncias no contexto periciado, destaquei: “Dos autos não consta o RIMA - Relatório de Impacto Ambiental a ser formulado pelo Município de Uberaba, conforme prescrições da Resolução 001-23/02/1986 do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - Art.1º -item X. Idem para a ausência do EIA - Estudo de Impacto Ambiental”. E evidenciei a necessidade do “órgão expropriante de atender ao disposto na norma NBR-8.849/1985 da ABNT”. Mesmo assim, a desapropriação seguiu (!!!) e o malfadado lixão foi instalado.

E hoje, 21 anos depois, o que a história nos revela? Solo e águas subterrâneas contaminados. Não era para menos, se no local vi toneladas de lixo serem lançadas in natura, animais, pneus, baterias de veículos e até computadores.  Metais pesados estão ali para marcar o presente e o futuro.  

 “No atual aterro, bem como no antigo lixão, não existem mantas de impermeabilização”; assim atesta o recente estudo hidrogeológico. As matérias ali soterradas prosseguem se decompondo e o chorume, indo chão adentro, segundo especialistas, não fará bem algum a quem usar aquelas águas.

O futuro a Deus pertence, eis a voz do povo. E o que devemos fazer pelos habitantes da Baixa e vizinhança, a fim de que tenham um futuro melhor?  A verdadeira história é inapagável e, os que fizeram ou fazem por merecer, terão seus nomes inseridos no livro dos imortais.