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Valor da comunidade

Todas as pessoas em suas condições normais devem participar na vida comunitária...

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 23/04/2016 às 18:43Atualizado em 16/12/2022 às 02:58
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Todas as pessoas em suas condições normais devem participar na vida comunitária. Isto faz parte integrante de seu próprio existir, da sociabilidade em sua real dignidade. Para o cristão, isso é fundamental, porque cria oportunidade para a partilha de vida, dos problemas de seu cotidiano, de convivência entre as diversas famílias e melhor aproximação da Palavra de Deus.

A Assembleia Geral da CNBB, acontecida em Aparecida, SP, de 6 a 15 de abril passado, teve como tema “o leigo e a leiga na Igreja e na sociedade, sal da terra e luz do mundo”. O tema reflete a importância e o compromisso de todos os cristãos leigos com a vida comunitária, com a boa convivência e com as responsabilidades na conquista real de uma vida saudável e feliz.

É na vida de uma comunidade ou convivência social que as pessoas colocam em prática os dons que naturalmente têm. Não só no aspecto propriamente religioso, mas também na atuação concreta na vida social, econômica, política, ecológica, etc. Uma omissão ou uma ação irresponsável que praticamos, não privilegiando o bem comum, prejudica a harmonia no contexto social.

O “Evangelho” fala do grão de trigo jogado na terra para produzir frutos. Há aí um processo de esvaziamento, de sacrifício e de morte para cumprir a missão esperada. Só quem for capaz de se despir do egoísmo, do acúmulo e dos interesses particulares será capaz de fazer o bem com qualidade. É a expressão de morte que possui o germe da vida que faz bem para a comunidade e o povo.

Experimentamos um perfeito jogo de forças antagônicas na comunidade brasileira, país de cristãos, que tem a marca da cruz de Cristo, mas com atitudes que não condizem com a prática de Jesus. Por isso, necessitamos de mudanças urgentes nas diversas áreas da máquina governamental. O valor da comunidade precisa suplantar os interesses altamente individuais e egoístas.

Destacamos o valor da comunidade porque ali está o povo, principalmente os pobres, os primeiros atingidos pelos desmandos e pelas ideologias dominantes e que não estão preocupadas com a verdade, a justiça e a partilha. É hora de uma nova ordem social, pensar num novo céu e numa nova terra, onde reine o compromisso com a vida, porque ela é dom privilegiado de Deus.

(*) Arcebispo de Uberaba

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