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Papel da autoridade

A qualidade ou o perfil de uma verdadeira autoridade deve ser de acordo com a imagem e a semelhança do Bom Pastor, Jesus Cristo...

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 18/04/2016 às 08:38Atualizado em 16/12/2022 às 19:16
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A qualidade ou o perfil de uma verdadeira autoridade deve ser de acordo com a imagem e a semelhança do Bom Pastor, Jesus Cristo, Aquele que deu a própria vida pela causa de suas ovelhas. Não as explorou, mas teve uma relação afetiva e respeitosa para com elas, porque são suas seguidoras num grande espírito de convivência e companheirismo nas suas dificuldades.

As pessoas ficavam encantadas com o jeito e as práticas de Jesus Cristo. Muitas tiveram inveja Dele e quiseram atacá-Lo. O mesmo aconteceu com os apóstolos, seus seguidores imediatos e fiéis. O verdadeiro poder vem da autenticidade da vida. Aí está o valor da pessoa humana, de quem não se deixa corromper pelas propostas que vão na contramão da justiça e da honestidade.

Como tem sido a atuação das autoridades em nosso país? Sabemos da sua importância na vida social, na direção da sociedade e nos caminhos por onde ela deve passar. As exigências subjetivas e de cidadania das pessoas hoje são muito grandes e provocam a ação dos seus dirigentes. Isto significa que não é fácil ser autêntica autoridade numa cultura marcada pela corrupção.

Em dois de outubro teremos novas eleições municipais. Vamos escolher prefeito e vereadores, mas não pode ser como em outras vezes. O momento brasileiro é diferente, o clima espera por mais responsabilidade, que passa pelo voto coerente e comprometido com uma gestão que não decepcione as pessoas. Comprar ou vender o voto é falsificar, pois “o voto não tem preço, tem consequências”.

Se a sociedade sonha com um Brasil diferente, isto não pode ficar apenas no campo de uma utopia irrealizável, mas sim com marcas de esperança. Ninguém pode se excluir da responsabilidade de votar livre e consciente por achar que ninguém presta e que todos os políticos se deixam contaminar pela prática da corrupção. Quem sabe a crise do momento vai gerar políticos mais responsáveis!

Não faz parte da prática da Igreja Católica apoiar essa ou aquela candidatura, mas ela incentiva os cristãos leigos e leigas, com habilidade para o campo da administração pública, a se lançarem como candidatos a cargos públicos. Espera deles compromisso com a justiça, com a ética e com a transparência, realizando seu papel de autoridade como verdadeiros representantes do bem do povo.

Dom Paulo Mendes Peixoto

Arcebispo de Uberaba

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