Caro amigo leitor, continuo respirando, mas não tem sido nada fácil. Nunca antes na história deste país presenciei tanta balbúrdia, confusão, tanto cinismo e tantas outras maracutaias jamais vistas. O pessoal da toga, no planalto central, nem se fala, anda batendo cabeça como técnico de futebol; a tal da vaidade é algo inimaginável e inexplicável, cada qual com sua verdade intocável. Basta acender uma luz, de geladeira que seja, ajusta o paletó, o nó da gravata e concede entrevista, posando como um deus grego no olimpo!! Os ilustres ficais da lei, idem, diga-se: Ministério Público.
Noutro giro, recentemente, o festejado “Panama Papers”, intitulada como investigação jornalística internacional, onde ocorreu o maior vazamento de documentos existentes no planeta, envolvendo diversos nomes ilustres em aplicações financeiras por demais nebulosas. Uma lista enorme, envolvendo políticos, esportistas, empresários, artistas, intelectuais, até prostituta tem lá, nada em desfavor dessas ilustres Senhoras,
Referidas revelações, de imediato, provocou alvoroço num local chamado Islândia, uma ilha nórdica do Atlântico Norte, país europeu com uma população de 320.000 habitantes, onde o nome de seu primeiro-ministro, Sigmundur David Gunnlaugsson, foi citado.
O simples fato da citação de seu nome na referida lista foi o suficiente para renunciar ao cargo que ocupa; nada de impeachment, de Judiciário, negociação de cargos, ou seja, inexiste o tal do toma lá dá cá.
Nos EUA, o presidente Nixon teve o nome envolvido em escândalo de tentativa de invasão de um jornal – coisa de espionagem –, bastou a fumaça de sua participação, de imediato, foi pra casa e usou pijama de forma contínua, pro resto da vida.
O presidente Getúlio Vargas, quando teve convicção da participação de seu guarda-costa – Gregório, o anjo negro – na morte do major Ruben Vaz e transações ilegais, não teve dúvida: deu um tiro no peito! Hoje, imagina, os PeTralha$$ imitando Getúlio, iria faltar cova, vala; enterro envolto em lençol, urna nem pensar!!
Pensando nesses acontecimentos, dentre outros, imaginei um país muito parecido com o nosso que poderia chamar BRASISLÂNDIA – uma mistura de Brasil com Islândia.
Será que o toma lá dá cá ocorreria como aqui?? Um quadrilheiro num quarto de hotel – posicionado como um primeiro-ministro negociando cargos e mais cargos. Uma chefe de Executivo na iminência de ser apeada do cargo, com transtornos psiquiátricos dignos de um nosocômio judiciário. Uma suprema corte, acovardada, conforme citação do quadrilheiro mor; digo mais, onde a indicação de seus ocupantes ocorre de forma duvidosa e comprometedora.
Não consigo vislumbrar um país chamado BRASISLÂNDIA em terras tropicais, onde haveria de prevalecer a verdade, a coerência, a seriedade dos políticos, um Judiciário forte, ágil e independente.
Volto a afirmar: “um país de ovelhas, os governantes são lobos”, vade retro satanás!!!
