Acordo hoje com a sensação de que a semana promete. Estamos vivendo um momento delicado no Brasil.
Minha geração se encontra em pouco mais de 20 anos diante da segunda grande crise de sua história.
Crise política, jurídica, econômica e, principalmente, de consciência, de fato de crise ética e moral.
Apostamos em passado recente que a esperança poderia vencer o medo. O país apostou nisso.
Dizia-se no passado que o ladrão de galinha era punido e o do colarinho branco, não. O que temos hoje é a pura e simples necessidade de punir todos, indistintamente dentro da ordem constitucional.
O Brasil não suporta varrer para debaixo do tapete tanta sujeira.
Vivemos um total sentimento de desesperança e abandono.
Hoje o que está em jogo, e neste momento única e exclusivamente nas mãos dos 513 deputados e 81 senadores, é a definição de qual País queremos construir.
Não é possível mais deixar como está, fingir que não é conosco, que acharemos uma fórmula mágica e conseguiremos pedalar mais 5, 10, 15 anos.
O Congresso Nacional precisa dar uma resposta concreta à nação. Se o jogo do poder, de interesses escusos prevalecer, a mensagem passada à atual e às futuras gerações será perversa.
Não teremos escapatória, seremos eternamente a Nação do futuro, sem futuro.
Não podemos permitir a disseminação de ódio, do nós contra eles, mas não podemos fechar os olhos, com receios de que eles farão um movimento de sangue. A ordem deve ser mantida.
Espero que a gravidade do momento não tire a lucidez e cegue nossos representantes quanto às suas responsabilidades. Que o festival de notícias sobre negociatas entre parlamentares e governo não seja efetiva, que todos possam refletir sobre seu verdadeiro papel neste momento.
A etapa atual precisa ser rapidamente vencida; a transição, implantada, e as reformas políticas, fiscais e previdenciárias, adotadas, para que vícios não se repitam.
Não podemos apostar no quanto pior, melhor, mas tampouco nos omitir, acomodando-nos no argumento tolo de que desde 1500 é assim. Que seja a hora da virada.
Sempre é tempo para recomeçar. Este é o nosso tempo.
A semana é para ficarmos vigilantes com os nossos representantes no Congresso. A Governabilidade acabou faz tempo, cabe única e exclusivamente ao
Congresso definir o rito e colocar o Brasil na ROTA certa de um novo tempo.
Congressistas, devolvam-nos o direito de ter esperança. AJAM, e não apenas Reajam à sedução do vil metal. Vocês são melhores que isso, ou não?
Karim Abud Mauad
