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O sinal da Páscoa

Não podemos esperar por sinais mágicos vindos da Páscoa, mas por aqueles que direcionam...

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 27/03/2016 às 11:10Atualizado em 16/12/2022 às 19:31
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Não podemos esperar por sinais mágicos vindos da Páscoa, mas por aqueles que direcionam a vida das pessoas. Foi o que aconteceu com Jesus Cristo, que, além de ser sinal, tornou-se caminho com uma decisão bem precisa, o caminho do amor. Mas é um sinal invisível para quem não tem a dimensão e a experiência da vida de fé, que possibilita a pessoa de enxergar além de seus limites.

O primeiro sinal que apareceu, após a Semana Santa e, à primeira vista, causou espanto, foi o sepulcro de Jesus ter sido encontrado vazio. As pedras estavam removidas e pensaram que o corpo do Senhor tinha sido roubado. Certamente houve desconfiança de que as profecias estavam se cumprindo, porque elas diziam que o Senhor iria ressuscitar. Realmente isto foi comprovado depois.

Os passos seguintes, conforme lemos na Sagrada Escritura, foram de descobrir, nos diversos sinais que iam surgindo, os vestígios do Senhor ressuscitado. Jesus apareceu por diversas vezes às primeiras comunidades, principalmente aos apóstolos, dando a eles a possibilidade de acreditar na ressurreição sem depender de vê-Lo fisicamente. É a dimensão da fé que supõe acreditar sem ver.

Hoje fazemos um caminho de fé alimentados pela certeza de que Jesus está vivo e caminha conosco. Uma fé que deve influenciar todos os atos que realizamos. Fé que implica fazer o bem, em agir com responsabilidade, honestidade e justiça. Significa que o cristão deve ser o sinal da Páscoa, que testemunha sua confiança na presença de Deus em sua vida e direciona os seus atos concretos.

A ressurreição não começa na outra vida, mas nas atitudes realizadas aqui e agora. O que está acontecendo hoje com o Brasil, as marcas da sujeira presente em todas as camadas da sociedade, revela um país que precisa fazer o processo da ressurreição. Quem mais sofre com a farra dos “espertalhões”, sejam políticos, empreiteiros, petroleiros, e diversos “eiros”, são os pobres.

O Brasil, com toda a sua potencialidade, deveria ser sinal de vida para o mundo. Falta conduta fundamentada nos princípios da verdade e da justiça nas práticas daqueles que manipulam as riquezas econômicas, gerando políticas escusas e prejudiciais para a nação. Tomara que a crise do momento seja sinal de esperança para tantos brasileiros que dependem do progresso do país!

(*) Arcebispo de Uberaba

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