Morde e pica

A mídia tem apresentado informações sobre o mosquito Aedes aegypti, inclusive sobre formas de se resguardar de suas picadas, que podem transmitir dengue, chikungunya e zika.

Comparando o Aedes com o pernilongo, o primeiro tem de 5 a 7 milímetros e seu concorrente, de 3 a 4. O Aedes trabalha durante o dia, das 9 às 13 horas; já o pernilongo, sabemos há tempos, prefere a companhia de seres humanos a partir das 18 horas. Característica bem conhecida do pernilongo é o irritante zumbido. Já o rival é silencioso. Conseguimos matar pernilongos, pois são lentos; já o concorrente é bastante rápido. O Aedes, antes, só se reproduzia em água limpa; o pernilongo ainda prefere água suja e contaminada, como a de esgoto. Quanto à resistência dos ovos, os do Aedes duram até um ano e meio em ambiente seco; os do pernilongo murcham fora da água.

Desde que eu era criança, quando alguém dizia ter sido mordido por um mosquito, logo outra pessoa corrigia: “Como mosquito não tem dente, ele não morde; pica”.  Foi por isso mesmo que fiquei intrigado quando li, numa seção de curiosidades numa revista de adoráveis palavras cruzadas, que um mosquito tem quarenta e sete dentes. Procurei fontes que ratificassem ou retificassem a informação e encontrei diversos sites confirmando o que eu acabara de ler. Mas o assunto não é unanimidade. Como esse não é meu ramo, não sei em que site confiar. E como sou São Tomé, só acreditarei em uma ou outra coisa quando eu examinar a boca do mosquito ao microscópio.

Na verdade, mesmo que ele tenha dentes, duvido que ele vá querer morder alguém: sua picada é mais poderosa que sua mordida e um ato não substituiria o outro, pois cada qual tem sua função. De qualquer forma, o assunto deixa de ser relevante perto do estrago que o Aedes tem feito no mundo todo. Crucial agora é que a campanha para exterminá-lo ganhe força, com cada cidadão fazendo sua parte. Somos inteligentes e já sabemos como vencer esse bichinho. Vamos em frente!