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Por onde anda?

Por onde anda o respeito? Tenho observado o quanto as pessoas perderam a gentileza...

Fernando Hueb de Menezes
Publicado em 10/03/2016 às 23:15Atualizado em 16/12/2022 às 19:47
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Por onde anda o respeito? Tenho observado o quanto as pessoas perderam a gentileza. O carinho e atenção com os mais velhos. A admiração pelos professores, obediência aos pais e a cordialidade na relação humana.

Por onde anda a disciplina? Me assusta a naturalidade com que os indivíduos descumprem as normas. Muitos querem cobrá-las, mas poucos querem segui-las. Parece que no nosso país, por uma questão cultural, burlar regras menores já se tornou costumeiro.

Por onde anda a honestidade? Parto do princípio de que ser honesto não seria uma qualidade, e sim uma obrigação. Apesar de o tema estar muito incrustado nos meios políticos, considero que a política não transforma as pessoas. A desonestidade se inicia nos pequenos atos e depende de cada um coibir, corrigir e vigiar, tanto as próprias atitudes quanto as dos outros.

Por onde anda a educação? Como dizia meu pai, Professor Murilo Pacheco de Menezes: “Educação é um processo”. Está muito claro que alguns pais se eximem da responsabilidade de educar em casa, transferindo para as escolas essa obrigação. Hoje percebemos que muitas crianças e jovens não trazem consigo traços de personalidade adequados para a boa convivência em sociedade. Não tenho dúvida, a construção do caráter depende substancialmente dos exemplos dos pais e do ambiente familiar, pautado na religiosidade e nas boas práticas.

E por onde anda a família? Agora, sim, chegamos ao ponto central. Família é a base, a estrutura de sustentação e formação do indivíduo. A evolução humana tem fragilizado a união familiar. Novas tecnologias, que permitem vastas opções de entretenimento, têm afastado os entes fisicamente, criando um mundo paralelo, onde principalmente crianças e jovens adquirem, de certo modo, uma falsa independência. Creio que o resgate das origens e dos princípios está intimamente atrelado à preservação da família. Cabe aos pais a tarefa de trazer os filhos para um convívio mais próximo, melhorando a qualidade do tempo dedicado a eles, restabelecendo o elo de confiança, pois só assim terão condições de cobrar, exigir e impor os limites necessários para a formação de um bom caráter.

(*) Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba, chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba

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