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As ameaças de Kim Jon-un

Tornaram-se frequentes os incidentes entre as duas Coreias, devido à falta de acordo...

Aristóteles Atheniense
Publicado em 10/03/2016 às 23:14Atualizado em 16/12/2022 às 19:47
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Tornaram-se frequentes os incidentes entre as duas Coreias, devido à falta de acordo sobre a localização da fronteira marítima no Mar Amarelo.

Com o teste nuclear ocorrido em 6 de janeiro passado e o lançamento de um míssil, Barack Obama anunciou o emprego de um sofisticado sistema de defesa antimíssil para responder à ameaça de Seul.

Esses acontecimentos concorreram para uma reunião imediata do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou sanções destinadas a conter as violações cometidas em Pyongyang.

Kim Jon-un divulgou o teste nuclear realizado, qualificando-o como sendo “uma medida de autodefesa para defender a paz de maneira eficaz na península coreana e a segurança nacional, ante os riscos de guerra nuclear provocados pelos imperialistas liderados pelos Estados Unidos”.

Em outras palavras, tratava-se do “direito legítimo de um Estado soberano, de uma ação justa que ninguém pode criticar”.

Embora o anúncio do satélite de observação terrestre fosse condenado pela comunidade internacional, alguns especialistas duvidaram que a arma utilizada fosse realmente uma bomba de hidrogênio, conforme o caricato ditador pretendia que o mundo acreditasse.

Ainda que a Coreia do Norte tenha direito a uso pacífico do espaço, esta prerrogativa está limitada às resoluções do Conselho de Segurança da ONU, sem que as bravatas de Kim Jon-un contem sequer com o apoio do ministro de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, país que é o mais importante aliado dos coreanos do Norte.

Obama não se surpreendeu com o lançamento do foguete, em se tratando de provocação partida de um regime autoritário, justificando esse comportamento como manifestação de que o governo norte-coreano não irá renunciar às suas ambições nucleares.

A Coreia do Norte, ao mesmo tempo em que afirma não ter intenções beligerantes, anunciou em 2015 que o país conta com armas suficientes para destruir os Estados Unidos num único golpe e transformar a sua capital em cinzas.

Em 1988, um relatório produzido na Rússia revelou que os mísseis exibidos pelos norte-coreanos em desfile militar realizado em Moscou tinham finalidade apenas cenográfica, prestando-se somente a assustar a Casa Branca.

Justin McCurry, em artigo publicado no jornal “The Guardian”, sob o título “Get a socialist haircut, North Korea tells men” (12.1.2005), revelou que, em 2004, o governo de Seul lançou uma campanha de educação estética intitulada: “Vamos cortar o cabelo de acordo com o estilo de vida socialista”. Este propósito foi divulgado pela TV estatal e na agência KCNA, enfatizando que o comprimento excessivo dos cabelos tem efeitos negativos sobre a inteligência humana. “Cabelo comprido consome nutrientes demais e, assim, poderá roubar a energia do cérebro”.

Desde então, a começar do presidente Kim Jon-un, tornou-se obrigatório o corte de cabelo a cada quinze dias, segundo os 18 modelos instituídos para as mulheres e dez para os homens. Com isto, seria cumprida a determinação do governo, o que repercutiria “favoravelmente no aprimoramento da energia intelectual do povo”.

(*) Advogado e Conselheiro Nato da OAB, diretor do IAB e do iamg, presidente da AMLJ

Twitter: @aatheniense

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