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Acordolhar, conto de vampiros - parte 2

Era uma vez uma “mosquitinha grávida”, ela precisava muito de sangue humano...

Esther Luisa Hercos Fatureto
Publicado em 08/03/2016 às 20:07Atualizado em 16/12/2022 às 19:48
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Era uma vez uma “mosquitinha grávida”, ela precisava muito de sangue humano para sustentar seus ovinhos. Na verdade ela é uma vampira, nada romântico este conto, não é?

O que a “mosquitinha” não sabia é que se ela chupasse sangue de gente contaminada com uns tipos de vírus, ela passaria a guardar estes vírus na sua barriga. E assim ela foi esparramando doenças graves por onde picava.

Ela amava o povo que deixava água paradinha onde adorava botar seus os ovos. Suas filhinhas cresceram fortes, começaram a picar gente doente e passar os vírus pra frente.

Que horrível esta história de desespero e dor.

Nem a bruxa da Branca de Neve pensaria em fazer uma maldade tão grande.

O problema é que neste reino desencantado existiam seres contaminados com o vírus da mentira, corrupção e enganação. Coitada da “mosquitinha”, só queria engordar seus ovinhos e acabou engordando a conta de quem supostamente prometeu acabar com a raça dela.

Os monarcas desonestos divulgavam que enviavam muito dinheiro para seus súditos, mais desonestos ainda, destruírem os mosquitos. Mas o dinheiro para estas ações chegava só um pouquinho onde deveria chegar. Os esgotos continuavam abertos e sem tratamento, a coleta de lixo ineficiente, isto quando existia. A água tratada não chegava às casas. Os terrenos vazios continuavam sujos, ninguém multava os donos que eram amigos dos monarcas. Os pobres súditos tinham que armazenar água se não quisessem morrer de sede, pois as adutoras e transposições nunca ficavam prontas, apesar das propagandas serem lindas, coloridas e pagas a peso de ouro.

Não sei o final deste conto de vampiros, desculpem-me, nem imagino como vai terminar.

Só sei que se eu pudesse iria morar num país com dirigentes honestos, interessados na saúde da população e não em esconder seus bens e suas contas secretas no exterior. Podemos até adoecer em outro país, mas teremos quem cuide de nós, pois pagaremos impostos para este fim.

Faxina moral, eis o que nosso reino, ou melhor, nosso país necessita urgente.

(*) Médica oftalmologista

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