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No pódio sobem eles

Abro este texto com um toque desanimador diante da notícia que todos nós sabíamos às meias metades e agora

João Eurípedes Sabino
Publicado em 04/03/2016 às 08:40Atualizado em 16/12/2022 às 19:51
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 No pódio sobem eles

Abro este texto com um toque desanimador diante da notícia que todos nós sabíamos às meias metades e agora, de corpo inteiro, veio à luz em tom oficial: “Violência em Uberaba se equipara à de Uberlândia”, que tem o dobro da nossa população. Realmente estamos relegados à própria sorte.

O lado oficial, feito para nos proteger, está perdendo de goleada para o mundo do crime. Em questões de velocidade, dá para comparar um sujeito da minha idade querer competir com jovens e exímios corredores. Essa é a disputa entre a agilidade oficial e a do crime. No pódio sobem eles.

Melhoral infantil é dado a um corpo adulto e febril, quando deveria ser ministrado medicamento causal com ação de largo espectro. No dizer do tenente-coronel João Lunardi, à época comandante do 4º BPM, nossas autoridades simplesmente continuam a enxugar gelo.

É histórico o desleixo do governo estadual para com o Triângulo e nossas revoadas para conseguirmos benefícios são seculares. Visando não cansá-lo leitor(a), citarei apenas duas: a de 1919, ocorrida com a ameaça de separarmos de Minas Gerais, quando reivindicamos a construção da ligação férrea entre Uberaba e Belo Horizonte. Outra: a sublevação do povo em 1952, que ocorreu devido aos impostos cobrados sobre uma dúzia de ovos(!), um litro de leite trazido da roça(!), uma leitoa(!), um frango caipira(!). Tudo por obra de S.Exª., o então secretário da Fazenda, José Maria de Alkmim. Hoje perdemos o poder de indignação? Ou as barganhas falam mais alto?

Estamos diante do evento “Acorda Uberaba”, a ocorrer às 9h30 do dia 13/03/2016 (domingo). Longe de pregar a desobediência civil, não me passa pela mente a ideia de ver o uberabense de braços cruzados ou estático em sua zona de conforto. A presença de cada um se converterá em mensagem a quem interessar possa. Não haverá espaço para o “silêncio dos bons”.

Seria ideal que não precisássemos de passeatas ou levantes para sensibilizarmos aos que fazem ouvidos moucos. Promessas, compromissos e reuniões de órgãos oficiais com entidades têm seus vários resultados. O único resultado que não se espera é o arquivo das decisões, nos moldes do que temos visto. Projetos e projetos em prol da nossa segurança deram em nada.

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