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Ternura

Mais um ano se passou. Sem sua voz doce, sem seus conselhos, sem seu olhar carinhoso e sem suas mãos protetoras.

Fernando Hueb de Menezes
Publicado em 25/02/2016 às 20:56Atualizado em 16/12/2022 às 19:58
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Mais um ano se passou. Sem sua voz doce, sem seus conselhos, sem seu olhar carinhoso e sem suas mãos protetoras. Na memória ainda vivem todos os momentos, desde quando descobri o que é a vida até o dia de sua partida. Carrego no meu peito a dor da distância, mas me conforta a certeza do reencontro.

Em alguns momentos pressinto sua presença. Ouço seus passos comedidos, sinto seu cheiro e percebo sua imagem. Queria poder trafegar na linha tênue que nos separa, mesmo que fosse pra te acenar de longe, aliviando a agonia de sua ausência física. Mas sei que o portal se abre no sentido inverso e que continua vigilante, guardando-nos contra os percalços que a vida nos traz.

Seus conselhos permanecem aflorados. Tento, na medida do possível, praticá-los. Busco sempre tratar as situações com serenidade, de forma conciliadora e ponderada, relevar fatos sem importância, em um nível elevado de tolerância. Procuro agir com bom senso, respeitando as individualidades e o espaço de cada um. Tenho amor à minha família e a defendo sob quaisquer circunstâncias. Essas são as heranças que você me deixou e que tentarei preservar para sempre.

Estamos aqui de passagem, não tenho dúvida, e em sua estada você semeou amor e benevolência. Dedicou-se à família e, com seu encanto, atraia todos à sua volta. Praticou a religiosidade em sua plenitude. Buscava na devoção e na fé o alicerce que sustentava a lida. Extraindo de seus escritos, pincei os seguintes dizeres: “Mas é preciso prosseguir, porque a vida é valiosa: bem que devemos carregar nas mãos e no mais íntimo de nosso ser com cuidado, com cautela, com amor. Apesar das intempéries, vale a pena continuar a caminhada, moldada ora na saudade avassaladora do maior amor, ora nas lembranças, também feitas saudades, do que se foi, mas permanece”.

Este sempre foi um mês de alegria para nós. Estaríamos comemorando seu aniversário, minha querida mãe, e não poderia deixar de homenageá-la, mais uma vez, com minha gratidão e meu amor. Deus me presenteou designando a mim ser seu filho, do que serei eternamente grato. Você foi delicadeza, brandura, doçura. Tereza, Ternura.

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