Somos muito pequenos em um país muito grande. Somos insignificantes na imensidão do mundo. Somos um nada na (in) finitude da galáxia. Se pensarmos como somos pequenos, nós nos sentimos impotentes. Se pensarmos como somos grandes nos sentimos inabaláveis. E onde quero chegar com tudo isso? Viver será sempre uma questão de perspectiva, da forma como nos olhamos, em relação a tudo que nos envolve.
Um único olhar pode mudar tudo. Com um olhar, pessoas podem se interessar, podem se desafiar, podem se anular, podem se impor. E o mais importante, nunca olharemos nada a nossa volta como o outro. E isto faz, com certeza, que sejamos apesar de insignificantes e pequenos, únicos e necessários.
Admirar uma arte, independente de qual seja: na forma de um livro, uma pintura, uma escultura, uma música ou dança, é poder enxergar o mundo com “olhos emprestados”. A diferença de como olhamos, ou melhor, como interpretamos um único fato de maneiras diferentes, me faz questionar que não existe um “certo” ou “errado”.
A forma como enxergamos o mundo é influenciada pela época em que nascemos; aos costumes e às religiões que nos submetemos; e para não alongar muito, as variáveis experiências que vivemos. Entretanto, não são os únicos determinantes, já que pensamos, sentimos, entendemos e julgamos de um modo próprio. E por mais que queiramos culpar a época, a família, a isso, e aquilo, nós somos o que nós escolhemos ser. Somos como um barco viajando por águas desconhecidas, mas somos nós que o velejamos.
Assim, acredito que somos únicos no mundo, porque ninguém viverá o que vivemos ou o que pretendemos ser. Por isso, empreste de alguma forma o seu olhar para o mundo. Não só através da arte, mas de ações, projetos e sonhos. Gostaria de poder pegar emprestado o olhar dos sete bilhões de pessoas... Como não posso, aproveito o melhor do meu tempo entrando em contato com a história de quem já a deixou, e de quem há de deixar por aí.
Julia Castello Goulart
