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Quimeras e mais quimeras

Ricardo Cavalcante Motta
Publicado em 13/02/2016 às 09:02Atualizado em 16/12/2022 às 20:06
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  QUIMERAS E MAIS QUIMERAS

Sonhar é da nossa natureza. É fenômeno psíquico que trazemos conosco desde a infância, e dos sonhos sempre falamos, como meta, como devaneio, como projeto a ser alcançado até depois da vida. Já na Pré-História sonhavam. Certamente sonhavam dormindo, como efeito natural do ser, mas também sonhavam acordados, mirando a Lua, as estrelas, o imenso e misterioso espaço sideral. Portanto, sonhar é prática recorrente, espontânea ou não. Sonhamos pelo estímulo natural que vem imotivado ao sono, ou acordados, rendendo o pensamento a uma vontade íntima de bem viver. Dos sonhos os seres passam à fantasia e, para tanto, usam até de meios artificiais para alcançá-las, surgindo às vezes efeitos lamentáveis em alucinações, irmãs dos indesejados pesadelos. 

A dimensão de sonhar é tão ampla que criamos inexistentes super-heróis como modelos em ilusão extraordinária de comportamentos e capacidades. E sonhamos. Crianças se vestem como seus ídolos, flutuam. Sonhando somos o que quisermos. O pesadelo ninguém quer, pelo que não surge estimulado. A vida sem sonhos seria como existir sem imaginação. Um mundo sem projetos, pois o sonho alimenta a esperança, que tanto sustenta a motivação do viver. 

Sem utopias que norteiam as buscas evolutivas de um tempo melhor, de um viver melhor, não se progride, não se prospera. Deprime-se. 

Quantas conquistas tecnológicas não surgiram dos sonhos, que uma vez abraçados acabam por se tornar realidade, para dar lugar a outros sonhos. O sonho que vira realidade perde o místico da esperança para ser objeto palpável real, estático, definido. Uma regressão do seu estado mágico virtual para o tangível. Mas isso é do ciclo do viver, da roda do viver. Nós, ao contrário, podemos fazer o retorno do natural para o celestial. Ao nosso tempo, temos vivido um sonho individual, pessoal, às vezes egoísta. Precisamos aprender a sonhar em comunidade, em sociedade, em universalidade, um sonho de amor mais amplo, rarefeito, numa comunhão fraterna, do que se aprende do sonho individual, puro, doce, maduro.

O certo é que sonhar é bom. Por isso multiplicamos as possibilidades de aumentar as situações que nos levam aos sonhos. Quem não sonha já morreu. Sonhar é mesmo preciso. 

Sonhemos, sonhemos sempre para criarmos metas novas, mais e mais, uma após a outra, cada vez que o sonho deixa de ser sonho e como realidade passa a valer. Busquemos, então, novos sonhos.

Qual seu sonho atual? Pergunte-se. Renove-o, ou mesmo crie um primeiro sonho para viver.

Passe a persegui-lo, isso é evolução, é bem viver.

(*) Ricardo Cavalcante Motta

Juiz de Direito

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