O advogado Eduardo Goldenberg, morador da cidade do Rio de Janeiro, teve a carteira roubada...
O advogado Eduardo Goldenberg, morador da cidade do Rio de Janeiro, teve a carteira roubada. Não tão corriqueiro foi o que aconteceu após o roubo. Ele recebeu, em casa, um envelope com R$967 em dinheiro, mais um bilhete: “Doutor Eduardo, estou devolvendo seu dinheiro, que peguei da sua carteira no dia 31, em Copacabana. Não dormi, arrependido, e peço que me perdoe. Feliz Ano-Novo. Só tirei R$50 para comprar um champanhe pra minha mãe. Fábio.”
O surpreendente gesto poderia ser imitado por corruptos que se apoderam dos bens do país. Arrependidos, fariam confissão de culpa, pediriam desculpas ao povo brasileiro, e devolveriam, com juros, o dinheiro recebido indevidamente.
Também o político que só pensa em si, e nunca nos destinos do país, poderia facilitar a vida de todos, renunciando ao cargo e assumindo o err “Renuncio ao mandato, por não ter sabido honrá-lo.” Também deveria renunciar aquele político que não trabalhou com afinco e por isso não soube fazer a diferença na vida do povo.
Empresários que fizeram tretas para alavancar rendosos negócios podiam confessar seus crimes e devolver ao povo o dinheiro ganho ilicitamente. E funcionários dos mais variados setores da administração pública podiam confessar crimes praticados contra o erário e ajudarem a elucidar crimes que acobertaram.
Fábio não é nenhum sant errou de fato, mas se redimiu e deu uma lição àqueles que não corresponderam aos deveres do mandato que o povo lhes confiou. O arrependimento pode se estender a todas as esferas da atividade humana. A dignidade de reconhecer e admitir os próprios erros, de pedir perdão e de reparar o dano da melhor forma possível é o mínimo que se pode esperar daqueles que andam por caminhos nada retos. O povo já se cansou de sustentar tanta gente desonesta. Que fiquem em seus cargos apenas aqueles que forem dignos.