Chuvinha-criadeira

Quando a chuva cai bem calminha, alguns a adjetivam, chamando-a chuva-criadeira. É uma chuva mansa, que molha o chão, nada destrói, faz as plantas crescerem, melhora a qualidade do ar, traz só benefícios. Não provoca estragos, é boa de se ver, de ser sentida. É chuva de molhar bobo. É que ela é tão suave, que as pessoas se arriscam a ir de um lugar a outro sem guarda-chuva, julgando que não se molharão. Mas chegam ao destino bem molhadas. Quem mandou dar bobeira?!

A chuvinha-criadeira cai serenamente nos telhados. Provoca até um soninho gostoso na gente, de tão suave. Que coisa agradável ser acordado de madrugada ou de manhãzinha e ouvir o som das gotinhas caindo... É preciso conferir se está mesmo chovendo. E está. Há até um fiozinho de enxurrada correndo pelo meio-fio, sinal de que a chuva já cai há algum tempo.

Coisa boa é admirar a chuvinha-criadeira! Ela é muito diferente das chuvas fortes, das tempestades com ventania, que derrubam árvores e postes, alagam cidades, enchem casas de lama, ou as deixam submersas, e até provocam mortes.

A água que cai dos céus é importante para os homens. Bem-vinda a chuva que enche represas, que irão abastecer as cidades, matar a sede das pessoas e movimentar a indústria.

No campo, ela é também uma bênçã faz as plantas crescerem, a lavoura prosperar e garante, além de uma boa colheita, a nossa comida e muita fartura. E também vai enchendo córregos e rios, e formando as pastagens para o gado. Agricultores e pecuaristas ficam agradecidos.

Neste início de ano, estamos acordando muitas vezes com o prazeroso barulhinho das gotas de chuva. É a chuva-criadeira, presente dos céus. Sinal de um ano bom. Difícil é de repente encontrar aquele camarada mal-humorado reclamand “Que chuvarada que não passa!”.