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No Brasil, duzentas e cinquenta mil pessoas desaparecem a cada ano, sendo que cerca...

Mário Salvador
Publicado em 22/12/2015 às 20:25Atualizado em 16/12/2022 às 20:47
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No Brasil, duzentas e cinquenta mil pessoas desaparecem a cada ano, sendo que cerca de quarenta mil são crianças. Somem, simplesmente. É muita gente.

Na cidade de São Paulo, há anos, mães e outros familiares, em plantão permanente, mostram fotos de crianças, adolescentes, adultos e idosos desaparecidos. A conta de energia elétrica, o tíquete de pedágio, o folheto do botijão de gás, algumas vezes, também trazem fotos e informações como nome e cidade de origem de desaparecidos.

E são famosas as mães argentinas que se reúnem na Praça de Maio, na tentativa de encontrarem os filhos desaparecidos pela ditadura militar. Algumas têm sorte e reencontram o filho, que foi adotado e criado por outra família e agora já é um adulto.

Alguns casos de desaparecidos movimentaram a opinião pública. O caso do garoto Carlos Ramires da Costa, do Rio de Janeiro, ganhou projeção nacional. Carlinhos, que tinha 10 anos, foi sequestrado em 1973. O caso permanece insolúvel.

A atriz e modelo paranaense Eliza Samudio, outra desaparecida, teria sido assassinada em 2010, aos 25 anos, pelo goleiro Bruno, do Flamengo, ou por seus comparsas. O corpo dela está desaparecido.

Outro desaparecimento, um caso emblemático de abuso de autoridade e violência policial, ocorrido há dois anos, é o do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza. Levado de sua casa, na Favela da Rocinha, para ser inquirido na sede da Unidade de Polícia Pacificadora do bairro, não foi mais visto, vivo ou morto.

E há ainda casos de rapto de crianças para a retirada de órgãos para transplante. Não se sabe se se trata de exagero ou se é mesmo verdade. Também há casos de desaparecimento por causa de trabalhos forçados, tráfico humano, violência doméstica, abandono, mendicância, abuso sexual, distúrbios mentais...

Nenhuma família consegue ter paz passando por situação semelhante a essas. Quanto maior for a mobilização da sociedade a respeito desse problema, maior poderá ser o número de sucessos na busca dos desaparecidos. Todo segmento da sociedade pode e deve se empenhar para que as famílias possam, enfim, respirar aliviadas com o esperado reencontro ou para que aqueles que antes sofreram nas mãos de familiares encontrem um novo lar no qual possam, enfim, ser mais felizes.

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