Alguém já ouviu que a vacafoiprobrejo?? Lá vai o boi cacorda... né pussive que ocê num entendeu nadica de nada. Isto é o mais puro mineirês, língua que falamos quando não pensamos no que seria o certo falar. Simplesmente falamos com o coração mineiro, uai.
Eu convido alguém supostamente muito culto pra bater um dedin de prosa com um mineiro de verdade, moiá o bico com cafezin, cumê uma broinha, um paõzindiquejo, um bolin de fubá, tomá leitin no curral, fumá um paiol pra espantá as muriçoca. Eh!! lasqueira, o cara vai ficá encasquetado, vai querê dá patráis, quebrá a mandioca, vazá na braquiária. Eu vou entender a língua dele e ela não vai entendê nem um cadiquim do que eu falo. Vai sê bão pra danar sô. Ele pode até querê remedá nóis e num vai consegui. Tadin dele sô.
Este trem de terminar as palavras com r é muito complicado pros mineiro, pra quê encompridá tanto a prosa né? Nóis come quase todos os sss e os rrr do final das palavra e acabô, certin? Mas quando nóis qué, nois fala um r comprido, tipo corrrrrrrrrrrrda, porrrrrrrrrrrta, verrrrrrrrrrrmde.
Quem não é mineiro deve de tá pensand que muntueira de palavra é essa? Eu dig népussivi, eles num entendeu nadica de nada. Deve de que num teve a chance de convivê com um mineiro uai!! Neémezzz, nunguêntoisso achar que mineiro é bobo, nuncredito.
Quando alguém me pergunta: oncêmora? Eu respondo nóis mora no mein do Brasil, um estado lindo, chein de lugar diferente, montanha e cerrado, gado, cana e minério. Mas com umas estrada ruim de daná. Óprocêvê, nóis num tem mar, mas num faiz falta, nois usa o mar dos otro uai!! Quêcêqué, num dá pra tê tudo na vida né?
Ei, mineiro, pó pará de ri, prestenção no que ocê falá e verá que ocê é igualin que nem todos os outros mineiro, tá? Vou pará de azucriná ocê, vou picá a mula, deitar o cabelo de volta pro português correto. Mas o que é correto? Sei lá, sô!
(*) Médica mineira, oftalmologista