A vida nos apresenta muitas encruzilhadas e diante delas devemos fazer nossas escolhas. Algumas fáceis, outras difíceis. Às vezes com liberdade, outras vezes, impostas. Obrigados ou não pelas trilhas do destino, definimos nosso caminho, com desvios e atalhos, escorados na fé e na religiosidade.
Talvez a etapa mais importante da nossa trajetória aconteça quando escolhemos a pessoa certa para viver ao nosso lado. A união de duas pessoas que se amam transmuta os conceitos da vivência, trazendo cada um na bagagem, experiências vividas, que agora serão divididas, estruturando uma nova história de respeito e cumplicidade.
Após algum tempo juntos, uma dúvida frequentemente aflige os casais: ter ou não ter filhos? Nesse momento surgem vários argumentos e justificativas para qualquer uma das respostas. Normalmente aqueles que são resistentes imaginam situações que possam interferir na rotina do casal. A perda da liberdade é o motivo principal. Não poder mais viajar, sair para as baladas, namorar sossegados podem ser as razões para a opção negativa. Um pensamento muito pequeno diante da grandeza que é poder ter um filho.
Difícil descrever se não os tiver. Os prazeres anteriores são substituídos por um sentimento inexplicável e sublime. Desde o momento do nascimento, a cada dia, a cada semana, somos surpreendidos e encantados com detalhes do desenvolvimento da criança. Um gesto diferente, um olhar vidrado, o primeiro sorriso, a mãozinha apertando seu dedo, a primeira papinha, os passinhos cambaleados nos fazem sentir todos os dias sensações únicas e distintas. O amor que sentimos transcende qualquer outra emoção já vivida. Amamos mais os nossos filhos que a nós mesmos.
Eles vão crescer e novos desafios virão. Também novas preocupações. Filhos são pra vida inteira e estarão eternamente ligados e envolvidos no manto protetor dos pais. Hoje não tenho receio de dizer: se puderem e se Deus permitir, não passem por esse mundo sem experimentar a emoção de ter um filho. Não recusem esse presente divino que, sem dúvida, causará uma transformação na rotina, mas preencherá a alma de alegrias e felicidades. Hoje não sei viver sem o meu pequeno. Mais do que isso, não sei como vivi tanto tempo sem sua presença na minha vida...
(*) Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba; chefe de gabinete da Prefeitura de Uberaba
