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Qual o problema do mundo?

Aposto que se você fizesse essa pergunta para qualquer pessoa que caminha ao seu lado...

Julia Castello Goulart
Publicado em 05/11/2015 às 20:23Atualizado em 16/12/2022 às 21:28
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Aposto que se você fizesse essa pergunta para qualquer pessoa que caminha ao seu lado na rua, ela iria enumerar milhares de problemas. Poluição, efeito estufa, miséria, intolerância, crises econômicas. Mas talvez o maior problema do mundo sejamos nós mesmos, homens. Fazemos, criamos inúmeras coisas, para o nosso desenvolvimento, para vivermos mais, mas, muitas vezes, não pensamos nas consequências. Criamos várias formas de dominação por meio da evolução da ciência, e da tecnologia. Criamos armas, com o intuito de nos proteger, ou de ter mais poder, ou do próprio valor financeiro que estas têm no mercado. Mas não pensamos em quantas vidas elas poderiam tirar e que criaríamos algo com o poder de destruir tudo o que conhecemos.

Hoje o ter passou a ser tão mais importante que o ser que preenchemos os “vazios” que sentimos, com o material, com o último produto do mercado. Importamos tantos com os “likes” de uma foto que às vezes nem chegamos a conhecer um lugar, porque estávamos tão preocupados em tirar uma boa “selfie” para postar. O problema disso, é que nunca preenchemos esse vazio, porque segundo alguns filósofos da Escola de Frankfurt, este vazio se dá pela falta de moral e ética do ser humano, através do nosso auto- aprisionamento gerado pelo excesso de racionalidade, a racionalidade “técnica”.

 Nós humanos, nos julgamos racionais. E ser racional é positivo, já que pensamos antes de tomar decisões e muitas vezes não nos deixamos levar pelos sentimentos e desejos momentâneos. Mas me pergunto se a racionalidade não nos tirou um pouco da nossa humanidade, do pensar no outro num mundo tão individualista como o nosso. É fácil ouvir o porquê não se deve deixar os refugiados de países do Oriente Médio, por exemplo, entrar nos países europeus. Abrigar tantos refugiados levaria a uma crise no país, já que este, não está preparado para abrigar tanta gente. Sim, isso tudo pode ser verdade, se pensarmos racionalmente.

 Mas quando vivenciamos, sentimos o que a guerra proporciona, iremos pensar de uma maneira um pouco diferente. A razão vai se subordinar aos nossos sentimentos, o que raramente deixamos acontecer. Infelizmente ou felizmente não estamos lá, não sentimos o desespero de fugir, de arrumar outro lugar para construir novamente um lar, uma vida. O ser humano precisa de tantas coisas... Mas com certeza uma delas, já não seja apenas a racionalidade. Se o pensar é tão importante, o sentir também deveria ser, porque um sem o outro é não sermos o que realmente somos: “seres humanos”.

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