ARTICULISTAS

Criança feliz

Maria Aparecida Alves de Brito
Publicado em 19/10/2015 às 09:15Atualizado em 16/12/2022 às 21:44
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Não consegui escrever nada que mostrasse ser o dia dedicado às crianças uma data festiva. Um ponto fundamental é analisarmos a situação degradante e humilhante porque passam milhares de pequeninos seres neste país, onde impera a mais absurda e cruel distribuição de renda; onde ética e moral não fazem parte do vocabulário de pessoas que deveriam cuidar e empregar com discernimento e dignidade um dinheiro que não lhes pertence, apenas lhes foram conferidos direitos para geri-lo segundo as prioridades do povo que os elegeu. Roubam-nos, destroem e pisam nos nossos já tão mirrados sonhos e, por fim, numa constrangedora delação premiada, apontam seu dedo sujo e entregam os que, juntamente com ele, participaram do mesmo crime. Tentei e, por mais que procurasse palavras bonitas para alinhavar os pensamentos que embelezassem esse dia, não as encontrei.

Criança feliz, que vive a cantar, que pratica esporte, que estuda numa escola de boa qualidade, que possui uma família estruturada, com casa, comida e tudo que o dinheiro pode comprar, não precisa de palavras mágicas e belas para embalar seu sonho infantil. Pobre criança, herdará o futuro de uma nação corroída por indivíduos doentes, com fome de poder e dinheiro. Sim, só podem estar doentes pessoas que perdem sua dignidade, jogam na lama o seu e o nome dos seus em troca de um punhado de dinheiro sujo, que mofará nos bancos de paraísos fiscais; dinheiro sem serventia nenhuma e que poderia, se bem empregado, saciar a fome de muita gente faminta; geraria empregos; daria um teto às famílias que dormem embaixo de lonas; permitiria que crianças tivessem acesso à saúde, educação, cultura, lazer e que sonhassem com um futuro melhor. Mas não. O imediatismo, a ganância desmedida, o materialismo cega as pessoas e faz com que elas mergulhem no aqui e agora, não medindo as consequências de seus tresloucados atos e ferem de morte seus semelhantes. Queira Deus que a boa nova não tarde e que haja paz e igualdade entre os homens.

Maria Aparecida Alves de Brito

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