Recentemente participei de uma manifestação aqui em Uberaba contra o aumento da carga tributária e outras reivindicações justas, encabeçada pelo Movimento “Nas Ruas”, cuja representante viaja pelo país em protestos contra os descalabros com que nos brindam os políticos brasileiros.
Com as desculpas de sempre, poucos comparecem. Diferentemente da percepção que tenho da insatisfação generalizada da população com a situação atual que atravessamos, de penúria econômica e institucionalização da corrupção, a voz que grita é de uma minoria. O povo fica esperando surgir um super-herói capaz de aliviar suas mazelas, esquecendo-se de que ele, e só ele, é o agente de mudança. De braços cruzados e cochichando nos ouvidos de amigos não chegaremos a lugar algum. Urge trocar o comodismo por ações concretas de cobrança, e não deixar a cargo de alguns abnegados idealistas a luta pela preservação dos nossos direitos. Quem de nós, excetuando-se os alienados e apadrinhados, está satisfeito com os conchavos entre Legislativo e Executivo, ou com as indicações políticas para o Judiciário? Qual voz insuspeita se levanta para defender falsas medidas de contenção de gastos, que só fazem aumentar o peso do ajuste fiscal nos ombros do já sem fôlego trabalhador brasileiro? Estamos de acordo com a inflação que só aumenta, com o desemprego, com a carga tributária, com os desvios de recursos, com as greves longevas e prejudiciais, com as filas nos postos de saúde, ou com o impressionante e assustador número de empresas fechando as portas e demitindo? A cada dia um pai de família chega em casa tendo que dar a desalentadora notícia de que foi demitido, não por incompetência sua, mas do governo que ele ajudou a eleger, enganado por falácias e pedaladas eleitoreiras.
Chega, gente! Só a força e a voz das ruas, com ordem e persistência, são capazes de mudar isso. Não existe mágica. A mudança que tanto pleiteamos depende de todos nós. Não cabe aqui delegar essa missão. É hora de atendermos o chamado e mudarmos o curso da história. Direito se conquista. Vamos às ruas por moralidade, ética, transparência e mais competência. Pensar o futuro é tarefa dos já muito bem pagos políticos. Eles que se entendam. O que nós queremos é um país digno, que nos permita viver em paz. E cabe a nós, e só a nós, mostrar essa insatisfação, para que tudo não continue do jeito que está.
