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Outras lições matemáticas

A batuta rabisca a geometria invisível no espaço que aceita o desafio à lógica e permite...

Luiz Cláudio dos Reis Campos
Publicado em 13/10/2015 às 12:07Atualizado em 16/12/2022 às 21:50
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I - A batuta rabisca a geometria invisível no espaço que aceita o desafio à lógica e permite que nele se trace polígonos irregulares, parábolas esdrúxulas, senóides desobedientes, limites sem fim, triângulos curvos, ângulos tortos, enfim uma algazarra de linhas desencontradas e desconexas que se arranjam e se combinam saindo do risco da batuta para se tornarem notas absolutamente harmônicas, com regências geometricamente perfeitas. Este é o conserto do concerto que acontece enquanto a partitura viaja ao encontro da orquestra e pelo tempo que dure o ato.

II - Quando fazemos uma projeção visando a obter uma solução objetiva e real, estamos falando de perspectiva com profundidade. Não sendo assim ficamos apenas na ilusão de alcançar o pretendido, perdendo o foco, a dimensão e o seu verdadeiro valor. Neste ponto de vista eu acredito.

III - Duas retas paralelas vão se encontrar no infinito. Então duas concorrentes eram paralelas que se encontraram no infinito? Portanto, é possível dizer que as paralelas se transformam em concorrentes quando chegam ao infinito a cada encontro. Por princípio, se as analogias fizerem sentido, paralelas e concorrentes são o começo do fim e o fim do começo. Em algum momento umas serão outras e as outras serão umas.

IV - Escalar a pirâmide gradativamente requer cálculo preciso. Chegar ao seu topo é tarefa difícil; é preciso deixar de lado possíveis arestas quando for o momento de se deparar com as faces ocultas de seus enigmas nada elementares.

V - Uma interceptação seccionou e fechou a abertura formada por um vértice e dois segmentos que tangenciavam um anel de ouro. A secante passou como corda e deu um nó na bissetriz que dividia o anel em duas partes, como duas semicircunferências. Isto não é uma parábola, é apenas a visão por um ângulo que se enxerga a força cortante que atingiu e trincou o plano paralelo onde estavam contidos os segmentos, o vértice e o anel de ouro.

VI - Dizem que um problema sem solução já está resolvido. Por isto formular decisões aguardando um novo desfecho é sacrificar o tempo na espera de algo integral, diferencial, determinante que não vem e não tem limites. O desvio a ser calculado sempre será maior quanto maior a dispersão na hora de combinar, arranjar e permutar o resultado final da operação. Portanto, (CQD), como queríamos demonstrar, problema sem solução não vale a pena perder tempo, já está resolvido.

(*) Engenheiro

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