O que esperar da vida? Creio que muitos indagam diariamente, principalmente os que passam por algum momento difícil. Os contornos da trajetória às vezes nos colocam em revezes, degradando todas as forças e surrupiando nossa esperança de continuar à luta. Crises financeiras, perdas de algum ente querido ou problemas de saúde inesperados, intempéries que podem desnortear qualquer ser humano.
Difícil lidar com situações adversas. Não fomos preparados pra isso. Somos pegos de surpresa. Daí as reações são distintas. Somos escravos das nossas emoções, nos comportando cada um de um jeito. Uns se fecham, se trancam no seu íntimo, não querem encarar o mundo. Outros extravasam, expõem seus sentimentos, recorrem às pessoas mais próximas e se escoram em estruturas menos fragilizadas.
Estamos todos sujeitos às rasteiras da vida. Há quem diga que não devemos celebrar as alegrias, pois estaríamos atraindo alguma coisa ruim. Discordo. Temos sim que viver o dia e seus momentos, em toda a plenitude. Comemorar cada amanhecer, contemplar os encantos das simples ações e agradecer cada instante de felicidade. Poucos compreendem o poder da gratidão. Agradeça, sempre que puder. Os efeitos positivos logo virão.
Tudo vale a pena. Mesmo nos momentos mais difíceis, devemos erguer a cabeça e compreender que a vida é assim, como um peão em movimento gigante, com seus rodopios, capazes de traçar rotas e trajetórias. Cabe a nós segui-las, caminhar vertical, sem se esquecer da poeira por debaixo dos pés.
Esse é o ciclo da existência. A vida é realmente cíclica, com idas e vindas, com altos e baixos. Devemos aprimorar nossa inteligência emocional, exercitar a arte da serenidade e conviver bem. Se tivermos pessoas boas ao nosso redor, tudo se torna mais fácil. Nunca se afaste delas. Mesmo que os rodopios sejam constantes no nosso caminho, aposte no amor e nas amizades. Sempre haverá alguém que estenderá as mãos, trazendo-nos de volta para o eixo.
(*) Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba; chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba
