ARTICULISTAS

A dimensão de Deus

Sempre me fiz uma indagação e sei que em tempo algum fiquei sozinho...

João Eurípedes Sabino
Publicado em 02/10/2015 às 22:18Atualizado em 16/12/2022 às 22:01
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Sempre me fiz uma indagação e sei que em tempo algum fiquei sozinho neste autoquestionament Deus é divisível? A vida e suas nuances me ensinaram que: Deus é um para cada um de nós, mas mantém-Se único, ocupando exatamente o tamanho cósmico da Criação. As vidas micro e macroscópicas por Ele criadas merecem atenções individuais onde quer que estejam. Esse gesto superior não significa que o Criador esteja fracionado. O Seu poder é o Poder dos poderes e vai ao infinito.

Deus nunca para e a prova disso está na sua magnânima capacidade de reger ao mesmo tempo todos os processos no Universo. É impossível imaginarmos a ausência do Criador em algum lugar e, nesse mesmo lugar, supormos que algo possa ali correr à sua revelia. Estando Deus ausente, seria admitir aí a presença do nada? Não é o caso, pois o mandato da Lei de Lógica determina que: o nada não existe e, se existisse, seria Ele o próprio nada...

É muito pouco e até diria; é agir com irracionalidade se limitarmos Deus nas três dimensões que conhecemos: comprimento, altura e largura. Quando O vemos numa criança, numa flor ou numa fonte d’água cristalina, estamos diante de três belas amostragens da Sua inabarcável obra. Não me referi ainda ao mundo metafísico que não vemos, do qual falamos tanto e muitos mergulham em especulações para tentar explicá-lo. Nessa “especulação” o homem se arvora em dono do Poder Divino e aí surge o dinheiro.

Tentam alienar o Dono do Espaço Sideral. Criam-se grupos, poderosos ou não, que falam como se tivessem a prerrogativa de ter contato direto com Ele. É mais ou menos assim; para falarmos com Deus temos que falar primeiro com fulano, sicrano ou beltrano. A meu ver está dispensada a figura do intermediário entre o Criador e o homem. “Se eu quiser falar com Deus... tenho que ficar a sós...”, canta Gilberto Gil. Quanta singeleza!

Esta reflexão poderá ser leve e do agrado de muitos, porém indigesta e pesadíssima para outros tantos. Há os simpáticos a esse raciocínio e os avessos ao mesmo, que sequer admitem a ideia de tê-lo na mente. Tenho que respeitar o temor arraigado no gênero humano. “Se vivêssemos numa democracia, não precisaríamos escrever a palavra Deus com ‘dê’ maiúsculo”, disse o pensador anarquista Millôr Fernandes. Não discuto esse mérito, mas a grandeza de Deus não está no nome, e sim na Sua transcendência, cuja dimensão escapa ao entendimento humano. Devido à Sua magnanimidade, imaginamos um Deus muito distante, quando na realidade Ele sempre esteve dentro de cada um. E continuará aí com a sua dimensão maior e única.

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