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Ímpios e justos

Prestando atenção, podemos identificar duas atitudes que perpassam pela vida das pessoas

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 19/09/2015 às 12:02Atualizado em 16/12/2022 às 22:13
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Prestando atenção, podemos identificar duas atitudes que perpassam pela vida das pessoas. O ímpio, na prática, desconsidera a presença de Deus em seus atos. Não sente necessidade de uma força além de si mesmo e nem se importa com os outros. Diferente do justo que procura seguir os princípios do Evangelho, partilhar e servir os mais necessitados e não centraliza sua história em si mesmo.

O modo de agir do ímpio pode contaminar outras pessoas para o mal. O egoísmo é muito prejudicial e é capaz de jogar por terra, com muita facilidade, o senso de partilha e de comunidade de quem procura ser justo. São duas forças contraditórias e muito presentes no itinerário histórico das pessoas. A lógica da vida deveria ser sempre de defender sua própria identidade de forma positiva.

A justiça, no bem entender, é uma sabedoria humana, mas também divina. Sabedoria, não por acaso, mas por iniciativa, que vem de dentro da pessoa, que supõe a vontade e o querer. Vem também de fora, como proposta de Deus, para que, quem a pratica, possa experimentar, como fruto, a felicidade. Portanto, vale a pena renunciar algo para que a verdade seja autêntica.

Uma das características do justo é a prática da fidelidade aos princípios do bem. Na situação de hoje, os injustos chegam até a zombar de quem procura ser correto. Parece que o comportamento do justo incomoda quem vive na infidelidade. Ser injusto é visto como oportunidade para a pessoa satisfazer seus próprios instintos.

Não é fácil mudar a mentalidade de quem está mergulhado no caminho do mal. Na sabedoria do papa Francisco, ao falar da misericórdia, só uma profunda conversão será capaz de transformar um ímpio num justo. Temos a marca profunda da ambição do poder, transformando isto em práticas desonestas, como assistimos hoje.

Jesus é clar “Quem quiser ser o primeiro seja servo de todos” (Mc 30,35). A inveja e as preocupações egoístas provocam toda espécie de más ações, porque são praticadas por pessoas insensatas. Daí aparecem frutos amargos: divisões, busca de prestígios pessoais egoístas, dificultando a prática da justiça.(*) Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba [email protected] Dom Paulo escreve aos sábados neste espaço

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