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Quem já experimentou que o diga...

Numa roda de amigos, um defensor do movimento para armar a sociedade...

João Eurípedes Sabino
Publicado em 18/09/2015 às 21:12Atualizado em 16/12/2022 às 22:14
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Numa roda de amigos, um defensor do movimento para armar a sociedade me interpelou a fim de saber se sou a favor ou contra. E mais: enalteceu, sem que eu mereça tanto, o valor da minha opinião.

Ouvi os outros também, para depois dizer por que sou contra a autorização deliberada do uso de armas pelo cidadão. Tentaram me convencer através de “n” maneiras, mas não conseguiram. “E se, no caladão da noite, tentarem arrombar sua morada? Você vai pedir ao ladrão para deixar disso?”, frisou um deles. “Ou acha melhor receber o invasor com um balaço?”, pontuou outro.

Não quero pedir ao ladrão para deixar disso e nem penso em liquidá-lo com um balaço. Reconheço que depois do nosso desarmamento, os crimes aumentaram e as leis para punir os criminosos afrouxaram. Novamente fui contestado ao argumento de que, na zona rural, o homem desarmado está jogado à própria sorte. Sim, infelizmente está.

Justifiquei que os bandidos não se intimidam mais e quando elegem uma vítima, está eleita e acabou. Não serão as armas nas mãos da sociedade civil que tirarão os bandidos do nosso encalço. Estamos sendo perseguidos e, na altura em que anda a impunidade, qualquer resistência armada nossa, corresponde a um revide desproporcional do banditismo. O delinquente não deve temer a bala, mas a caneta do juiz que lhe imporá pena severa. “Lei, ora lei!”, dizem eles que os bandidos muitas vezes saem da delegacia antes da autoridade que os prendeu.

Indaguei aos amigos: vocês sabiam que, de cada dez famílias brasileiras, oito já tiveram algum problema grave com armas? “Ah isso não!”, bradou um deles. Não querendo contestá-lo, me lembrei sem citar nomes de pessoas de índole serena que, num segundo de descontrole puseram suas vidas e a de outrem a perder. Tudo por causa da “bendita” arma. E quando ela está associada às drogas ou ao álcool? As estatísticas falam por mim... Sem dizer, que não se combate a violência com violência.

Duas coisas podem nos tirar a paz: uma é ganhar sozinho o maior prêmio da loteria; a outra é ceifar a vida de um bandido. Quem já experimentou que o diga...

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