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Injustiças, tendências e versões

Iniciamos setembro e continuamos com a sensação que as coisas só estão piorando, independente de noticiário, leitura, cor partidária

Karim Abud Mauad
Publicado em 14/09/2015 às 08:09Atualizado em 16/12/2022 às 22:17
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 Injustiças, tendências e versões

Iniciamos setembro e continuamos com a sensação que as coisas só estão piorando, independente de noticiário, leitura, cor partidária, a sensação de todos os brasileiros é que o cenário econômico vem ladeira abaixo. O quadro político se deteriora a olhos vistos, dificultando qualquer retomada no processo de crescimento do país.

Falamos neste espaço, recentemente, que agosto seria um mês decisivo para as pretensões do governo federal, pois teria que demonstrar seriedade na condução do ajuste fiscal e administrar a chamada pauta bomba do Congresso. Não se saiu bem em nenhuma das duas frentes.

A falta de popularidade, acrescida da tentativa de recriar e aumentar impostos, sem demonstrar ter feito o dever de casa, com reduções significativas no custeio da máquina pública, com redução de ministérios e cargos de confiança, de fato e não apenas na nomenclatura, dificulta sobremaneira a condução do processo pela “presidenta” Dilma.

As recentes falas do vice-presidente Temer, na FIESP, sobre popularidade entorno de 7%; a quase queda de fato do ministro Levy, da Fazenda, seguro no cargo pelo Bradesco; o rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência de análise de risco Standard & Poor’s; completada pela pérola da justificativa das pedaladas ao TCU, "Violações fiscais decorreram de um cenário econômico nebuloso no final de 2014", são ingredientes econômicos e políticos para desaguar no impeachment da presidente.

Não me alinho com tentativas de golpes e muito menos com tentativas de criação de fatos para um terceiro turno das eleições de 2014; sou democrata convicto, mas esses fatos e falas não são ditas pela oposição, mas sim pelos próprios integrantes da situação. O governo está sofrendo pelo próprio governo. Não vou nem entrar no mérito da cutucada do Planalto nos poderes militares. Parece coisa arranjada e não quero cometer injustiças, mas resta claro o desencontro e o desmando dentro do próprio governo.

E nós mortais comuns, vamos tentando levar a vida, trabalhar, pagar as contas dentro desta realidade de total insegurança na qual nos encontramos.

Vivemos num mundo onde acolhemos inadequadamente refugiados, e ainda não agimos para sanar as causas que levam essas pessoas a se refugiarem e continuamos alimentando tais situações, tentando tirar vantagens econômicas, políticas e sociais desses pobres coitados. Infelizmente é assim, e esse fato apenas ilustra a nossa tese, clara aqui na terrinha, de que versões e tendências sobrepujam sempre às verdades a serem enfrentadas. Encerro aqui e espero ainda uma chama de esperança ou uma luz no fim do túnel.

Karim Abud Mauad

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