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Domingo de paz

Alguns momentos ficam marcados nas nossas vidas, mesmo que acontecidos quando...

Fernando Hueb de Menezes
Publicado em 10/09/2015 às 15:54Atualizado em 16/12/2022 às 22:22
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Alguns momentos ficam marcados nas nossas vidas, mesmo que acontecidos quando bem pequenos. Tenho lembrança dos domingos, quando criança, que íamos à missa na Igreja São Benedito, ministrada pelo querido Padre Vicente Ambrósio. Meus pais faziam questão de que todos os filhos, sempre unidos, vivenciássemos, semanalmente, esse momento de doação e fé. Sentávamos sempre no mesmo lugar, no canto direito, na quarta fileira. Admirava-me com a devoção das famílias e, mesmo com toda a inquietação de um menino, me sentia bem naquele ambiente.

Acompanhava todas as etapas pelo folheto e sempre, antes do início, eu já virava na última página para ver se a missa seria muito longa. Na verdade, eu queria que logo chegasse o instante da celebração que eu aguardava com toda ansiedade. A comunhão era um momento mágico. Sempre o mesmo ritual. Observava os gestos do Padre, conduzindo o Corpo de Cristo, que adentrava à alma do pecador que ali estava tentando, de alguma forma, purificar o seu espírito. Conseguia perceber a aura iluminada de cada um, que lentamente voltava para seu lugar revigorado, ajoelhando-se para um momento íntimo de oração.

E as canções, como me emocionavam. Em especial a bela Oração de São Francisco de Assis. Quando iniciavam os acordes do violão, eu já me entusiasmava e cantava todos os versos, acompanhando o coro afinado que ecoava naquele ambiente sagrad “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna”. Um verdadeiro Hino que deveria nortear a vida de todos os indivíduos.

Ao final da missa, uma caminhada, todos juntos, com o coração límpido pela graça de Deus. Voltávamos pra casa, sentávamos à mesa e ficávamos ali, por todo o dia, dividindo não só as alegrias, mas também, nossas angústias, compartilhando a fé e a crença, aplicando os ensinamentos de São Francisco de Assis, tornando nossa família, instrumento de amor e harmonia.

(*) Professor e Pesquisador da Universidade de Uberaba. Chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba

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