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Como levar um país à falência

Tomo conhecimento de que a Presidente cortará dez ministérios do governo. Não acredito

Mário Salvador
Publicado em 01/09/2015 às 20:14Atualizado em 16/12/2022 às 22:31
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Tomo conhecimento de que a Presidente cortará dez ministérios do governo. Não acredito na veracidade dessa notícia: é vaga. Acreditaria, ainda assim, em parte, se citasse os ministérios e anunciasse o destino dos funcionários deles. Valendo-me das palavras dela, é mais uma meta que não é meta. E quando atingir a meta, ela irá elaborar outra meta. Mesmo porque ela não irá despedir os empregados dos ministérios. Apenas os remanejará, pois, na maioria, fazem parte das cotas de senadores e deputados. Uns poucos são funcionários de carreira, concursados, com estabilidade no emprego.

Já na notícia de o rombo nas contas da União ser de US$9,3 bilhões este ano, até julho, eu acredito. Dilma já quebrou muitas lojinhas de R$1,99; agora quer quebrar essa ex-rica Nação.

O país está em recessão disfarçada. Empresários tentam manter as portas abertas a duras penas. E Joaquim Levy, para salvar o governo, só pensa em impostos em cima delas. Levy acenou com a volta da famigerada Contribuição sobre Movimentações Financeiras (CPMF), que não emplacou. E também com mudança nas regras do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); com a criação de uma contribuição – a Cide – sobre serviços, e com o recebimento de dívidas em julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – espécie de tribunal ao qual o contribuinte recorre contra cobrança de tributos que considerem injustificável. Aliás, iniciou-se o levantamento do rombo no Carf e do perdão de débitos astronômicos de sonegadores de impostos aliviados por interessados em embolsar milhões de reais dos cofres públicos.

Em compensação, Lula resolveu apoiar a Presidente, dizendo que, em 2016, o Brasil voltará a crescer. Se Lula se ocupou com esse trabalho, a situação é séria. As pedaladas da Presidente corroboram para que a frase atribuída ao ex-presidente francês Charles De Gaulle, embora não tenha sido dita por ele, continue verdadeira: “O Brasil não é um país sério!”, infelizmente. O brasileiro não merece isso.

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