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E agora, com Janot confirmado?

Quem diria! O ilustre caçador de marajás virou troféu de caçadores. Bela é a frase do poeta

João Eurípedes Sabino
Publicado em 28/08/2015 às 20:18Atualizado em 16/12/2022 às 22:34
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Quem diria! O ilustre caçador de marajás virou troféu de caçadores. Bela é a frase do poeta: “O amanhã está tão longe quanto tão longe está a data de amanhã”. Os da minha idade ou menos um pouco se lembram do moço que, de um partido nanico, o PRN, no final dos anos oitenta conseguiu o inimaginável: galgar a Presidência da República.

Fernando Collor de Mello, cobiçado pela lei, é filho do senador Arnon de Mello, que, em plenário, assassinou José Kairala, seu colega de Senado. É neto de Lindolfo Collor, 1º ministro do Trabalho, de Getúlio Vargas. Percebe-se que no DNA do ilustre cobiçado há uma boa dose de jactância, arroubo e indisfarçável valentia.

Fenômeno de marketing do seu tempo, aqui esteve em campanha e até de moto foi conduzido. Com o punho direito cerrado, Collor não perderia a eleição para ninguém. Muitos morreram ou sucumbiram na doença com o súbito confisco que fez da poupança brasileira. Essa é uma das dívidas impagáveis de Collor.  

Por muito pouco, comparando com os megar-rombos de hoje, o mais jovem presidente da nossa história mergulhou de cabeça em inferno astral. Desesperado, chamou até Chitãozinho e Xororó em Palácio, mas a força do “Fio de Cabelo” foi insuficiente. Dele ouvi pela primeira vez o verbo “chafurdar”, em alusão aos porcos barreados que queriam destituí-lo. Conclamou o povo para ir às ruas vestindo verde-amarelo, mas a cor foi o preto. Um tiro no pé. Collor caiu no dia 29 de dezembro de 1992.

Agora, o menino da Casa da Dinda é denunciado pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Tudo porque, dentre outras, recebeu um pixuleco de 26 milhões de reais no âmbito da operação Lava-Jato. Com o perdão da analogia, vejo o acusado como um marruá contido num tronco e cheio de razões. Dentre elas, só não há uma: a verdade.

Senador, não afronte o homem que nos defende. Não lhe chame ao nome da mãe como fez. Com sua postura, todo o Ministério Público se sente ofendido e, com ele, a sociedade brasileira. Entenda!

E agora, com Rodrigo Janot confirmado no cargo?

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