A palavra por si só já causa admiração e respeito.
Desde pequena convivo com ela. Meu avô, bancário, já profetizava:
_ “Essa vai para a conta do erário, com certeza!”.
Na incapacidade de entender a mensagem, eu personificava o erário – aproveitador barato!
Mal sabia eu que era o barato que sairia tão caro.
Em épocas de inflação galopante, quando dormíamos remediados e acordávamos milionários, o vocábulo se tornou tão comum que achei que fosse o nome de um parente poderoso.
Vida vai, e muitos cursos d’água depois, resolvo dar uma busca mais aprofundada na questão, e entre inúmeras definições:
_ Erário – conjunto de recursos financeiros de um país; reunião do dinheiro e dos bens que pertencem ao estado.
Sinônimo – fazenda e tesouro.
Pimba! Não é que erário é quase humano, realmente?! Embora não tenha CPF, é fruto do trabalho de um povo. Fruto de nossos impostos! Portanto, o erário somos nós. O povo, mais uma vez!
Erário rima com OPERÁRIO, mas também com SANTUÁRIO! E o que fizeram com o santuário dos operários?!
O ERÁRIO está vazio, impotente e rebaixado.
Enquanto isso, as feras se digladiam e jogam a culpa de suas más gestões e a gastos exorbitantes em artimanhas políticas de outras administrações. Clima de total descompasso e desnorteamento geral na falta de um líder carismático, humilde e competente.
Ninguém quer fazer mea culpa e realmente se responsabilizar pelo estado lamentável em que se encontra a nação.
O país entrou numa fase perigosa de descrédito e desânimo geral.
Ninguém sabe o que vai acontecer. Quem se arriscar a fazer prognósticos estará contando apenas com seus devaneios. Tudo está sem controle, sem normas e diretrizes. O barco sem comando.
São poucos os que ainda acreditam que possa haver “alguém que reúna o país”. Figuras carimbadas nos dão vertigem! E nomes novos nos soam como oportunistas.
A deterioração das contas públicas, com reflexo sensitivo na segurança, no supermercado, na saúde e na educação, portanto no nosso dia a dia, tem minado também nossa fé. Isso é humano e real.
Mas, precisamos urgentemente combater o mau humor...
Apesar de tudo, cada um de nós tem imensas conquistas a celebrar. Não podemos deixar que o rancor, a raiva, a inveja, a decepção, aliados a esse momento político trágico, nos tornem alheios e indiferentes.
Somos o erário. Devemos ordenar. Podemos mudar!
No dia 16 de agosto, vou novamente para a rua. Não para pedir o impeachment da Presidente inoperante.
Não creio que esse seja o caminho!
Há muitas feras à espreita!
Com o meu protesto e o de tantos outros, espero que ela consiga ouvir o barulho do gigante rugindo, jogue a petulância ou calmantes para o alto, encontre um pouco de humildade e aceite o conselho de gente bem intencionada e capaz!
Deve haver alguém que ela ouça!
Afinal, grande parte do inferno astral que o Brasil vive é fruto de seu destempero e sua arrogância.
Acorda, Dilma!
Somos erário, sim! Mas não otários!
(*) Mãe de família