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Pixulé

João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, usou a palavra pixulé num de seus depoimentos

Mário Salvador
Publicado em 11/08/2015 às 19:38Atualizado em 16/12/2022 às 22:52
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João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, usou a palavra pixulé num de seus depoimentos na Operação Lava-Jato. Por isso a décima sétima etapa da operação, que contemplou a prisão de alguns figurões, como José Dirceu, foi batizada como Pixuleco.

E o que significa a gíria pixulé, que não figura no Houaiss nem no Aurélio? Significa um dinheirinho para agradar; merreca; pequena quantia em dinheiro; um eufemismo para propina, gratificação ou gorjeta em dinheiro que o ex-tesoureiro buscava em empresas que pretendiam continuar seus negócios com estatais. Segundo Vaccari, um “entendimento político”. E a gíria pixuleco, que designa dinheiro miúdo, é usada quando o malandro ganha pouco. O sufixo -eco tornou menor o que já era pouco. Já a merreca pequena é uma merrequinha.

Em delação premiada, um empresário preso declarou ter dado um pixulé de R$ 532 mil ao PT. Conforme Vaccari, toda importância doada foi contabilizada. E, segundo levantamento da Polícia Federal, José Dirceu recebeu, de 2004 a 2013, o total de onze milhões e quinhentos mil reais. Pixulé razoável.

Os mais de 3.700 admiradores de Dirceu, que se cotizaram para pagar sua multa na Operação Mensalão, não devem estar muito felizes, pois agora sabem que ele tinha como pagar o pixulé de um milhão de reais.

Mais formidável que Vaccari, que popularizou a gíria pixulé, só a mundialmente famosa Dilma, inventora da mulher sapiens.

A mídia anunciou que o PT não fará a defesa de José Dirceu. Agora só falta ele, em represália, abrir o jogo, em delação premiada. Então o Brasil fechará para balanço.

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