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Economia explosiva

Neste início de agosto, estamos todos perplexos com a sequência explosiva de notícias ruins na seara econômica

Karim Abud Mauad
Publicado em 03/08/2015 às 08:11Atualizado em 16/12/2022 às 22:59
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Economia explosiva

Neste início de agosto, estamos todos perplexos com a sequência explosiva de notícias ruins na seara econômica.

Só nesta última semana de julho, tivemos a disparada do dólar, chegando a R$ 3,40, maior valor em 12 anos; a taxa de juros SELIC, chegando a 14,25% a.a, com tendência de alta até o final de 2015; a inflação fora do controle, quase chegando a dois dígitos, próxima dos 10% a.a; a bolsa de valores em queda e o pior de todos os fatores, o desemprego aumentando de forma avassaladora.

E para os supersticiosos e para os que sabem que agosto é um mês de tragédias na política nacional, este quadro assustador ocorreu em julho, imagina o que pode ocorrer agora, na volta das atividades do segundo semestre do Congresso Nacional. Teremos "pauta-bomba"?

Para a Economia, o que ainda pode ser mais bombástico que o quadro descrito acima? Difícil, mas como Economia e Política andam juntas no Brasil e não só aqui, e combinado com o fator psicológico do consumidor bombardeado em todas as mídias com notícias e mais notícias dessa avalanche econômica, muitas coisas podem acontecer. Agosto, como já escreveu neste espaço o prezado Leuces, promete e promete muito.

Acredito ainda na capacidade de alguns líderes políticos de evitar o clima de terra arrasada, mas no momento que o governo central reduz a meta do ajuste fiscal e eleva a taxa de juros, a perspectiva direta para os cidadãos no cotidiano é carestia no supermercado; crediário caro; juros do cheque especial e do cartão de crédito proibitivos; e para o cidadão empresário, um capital de giro impeditivo e escasso.

Confesso que comecei este artigo pensando em falar do dia do amigo e da amizade, artigo escasso por estes tempos. Tenho amigos que dizem que é mais fácil conviver com notícias ruins na economia do que descobrir traições de ditos amigos. Em suma, não deixa de ser notícia ruim também, com a diferença que não podemos intervir nos fatores macroeconômicos, apenas temos que nos adaptar a eles para continuar cumprindo nossas obrigações financeiras. Quanto aos "amigos", tiramos lições, fazemos aprendizados e assim como na economia, vamos sobrevivendo.

Voltando ao nosso cenário econômico, recomendo aos leitores prudência e informação, prudência para evitar gastos desnecessários e comprometimento exagerado de renda para o curto, médio e longo prazo e a busca e atenção nas informações que irão ocorrer ao longo do mês, para evitar surpresas e imprevistos, seja na economia, seja na política. E tudo com a cautela necessária para que boatos comuns nesta época, do tipo bloqueios de recursos em bancos, não traga pânico.

Da mesma forma, eventuais atrasos de salário, acertos trabalhistas (como oficialmente anunciado pelo Governo do RS), não sirvam de pretexto para os demais governos. Infelizmente, pode vir mais por aí, fique atento.

E que nossa ECONOMIA EXPLOSIVA, seja nuvem passageira de 2015, e melhore a partir daí. Difícil.

Karim Abud Mauad

Economista, articulista e advogado

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