ARTICULISTAS

Desordem e retrocesso governamental

Nunca antes na história deste país se ouviu tantas condutas de corrupção derivadas

Paulo Leonardo Vilela Cardoso
Publicado em 29/07/2015 às 19:38Atualizado em 16/12/2022 às 23:05
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Nunca antes na história deste país se ouviu tantas condutas de corrupção derivadas da atividade governamental, principalmente aquelas vinculadas a interesses pessoais, vantagens indevidas a agentes públicos e diretores de empresas, subvenção à prática de atos ilícitos, fraudes em processos licitatórios, e o financiamento fraudulento de campanhas.

Enquanto de um lado a população sofre diretamente com a ausência de prestação de serviços vinculados aos seus direitos básicos, muitos agentes públicos, inclusive, sob o comando de alguns partidos políticos, se valem desta “suposta necessidade” para privilegiar os interesses pessoais.

Nos últimos anos, a corrupção no Brasil atingiu o topo de evidência e insuportabilidade, ao ponto de tornar-se referência no noticiário nacional e internacional, além de ser capaz de atingir toda a base de constituição de cargos vinculados aos Três Poderes, seja no Executivo, Legislativo e até mesmo no Judiciário.

Por ser um caso inédito, provocado graças à Lei Anticorrupção, criada após as manifestações de junho de 2013, que trouxe como novidade o mecanismo do acordo de leniência, semelhante a delação premiada, onde muitos empresários envolvidos narraram com detalhes o modo como determinados agentes públicos, e partidos políticos condicionavam a vitória de processos licitatórios ao pagamento de propina.

Este mecanismo de confissão, em detrimento da redução da pena, foi capaz de gerar uma rede moinho de vozes, gritos e denúncias de atos ilícitos jamais relacionados, ao ponto de levar ao banco dos réus deputados, senadores, ministros de estado, o ex-presidente Lula, além de provocar uma ampla discussão sobre a eventual propositura do processo de impeachment da Presidente.

Tanto é assim que, através da delação premiada vinculada, a Operação Lava Jato, a Polícia e o Ministério Público Federal conseguiram obter dos empresários informações capazes de provar que o dinheiro utilizado para o financiamento de campanhas foi fruto do pagamento de propina em obras da Petrobras e, que este numerário abastecia o caixa de partidos políticos, como o PT, PP e PMDB.

Enfim, caso comprovado, os políticos que praticaram atos de corrupção sujeitam-se às sanções legais de natureza civil, criminal e administrativa, inclusive à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.

Sejam criticados, ou não, os mecanismos utilizados na Operação Lava Jato, foram capazes de desvendar os mistérios de atos de corrupção nunca vistos na história deste país, e levaram à tona os bastidores do sistema político brasileiro. É fato que o povo acompanha ansioso, diariamente, a investigação destes atos de desordem e retrocesso que levaram o País ao caos de credibilidade. Enquanto isso, quem paga o preço destas mazelas? Nós...

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