ARTICULISTAS

Ainda a Ansiedade

Segundo Freud, a ansiedade é algo de que os neuróticos se queixam e descrevem

Sandra de Sousa Batista Abud
Publicado em 23/07/2015 às 19:58Atualizado em 16/12/2022 às 23:10
Compartilhar

Segundo Freud, a ansiedade é algo de que os neuróticos se queixam e descrevem como seu pior sofrimento e que, de fato, neles atinge enorme intensidade, podendo resultar nas mais loucas atitudes.

Já nas profissões, nas empresas principalmente, é a ansiedade que impulsiona a criatividade. Nos dias atuais, de forte crise financeira, esse sentimento tem levado os indivíduos atingidos profissionalmente por esse momento crítico a criar soluções para sua sobrevivência.

A ansiedade pode ser a energia que constrói, mas também a doença que destrói.

Existem dois tipos de ansiedade, conforme a psicanálise, a realística e a neurótica.

A ansiedade realística é uma reação natural a qualquer problema de difícil resolução, ou um temor frente a situações importantes ou novas, sendo esta necessária, porque protege de ameaças reais pelo medo, provocando cautela e diplomacia nos comportamentos. Essa ansiedade surge quando nascemos, com o susto de sair de uma posição homeostática, com alimentação e oxigenação constantes, temperatura ideal e proteção. Ao nascer, é preciso um enorme choque para que os novos sistemas corporais passem a funcionar. Não há mais cordão umbilical. É preciso expulsar o líquido que há nas vias respiratórias para deixar entrar o ar. Esse momento fica registrado para sempre, tornando-se um dispositivo usado para viver.

A ansiedade neurótica pode nascer na primeira infância, conforme o desmame do bebê. Se este pareceu ameaçador ou assustador para a criança, o nível ansiogênico dessa pessoa será maior. A criança, então, desenvolve a ansiedade como estratégia de defesa para elaborar esse susto e suprir a falta causada pela repentina ausência do seio materno, e, inconscientemente, a mãe é substituída por outros objetos.

A ansiedade neurótica é a que acomete a maioria dos indivíduos, especialmente quando estão em situações difíceis. Se a ansiedade realística nos faz ser prudentes, a neurótica nos faz arriscar mais.

Uma crise pode começar a partir de um pensamento ansioso, em que o medo de passar mal leva às primeiras reações de ansiedade, iniciando a crise. De outra forma, é o próprio corpo que apresenta alguma reação, como taquicardia, desencadeando uma resposta automática de ansiedade, que também leva a uma crise. O medo do medo tende a se repetir, quando mais reações, mais medo, quando mais medo, mais reações, formando um círculo vicioso.

Na ansiedade realística o medo é real, na ansiedade neurótica o medo é imaginário.  

(*) Psicóloga Clínica

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por