ARTICULISTAS

Seres desumanos

Estamos vivendo um momento crítico. A sociedade vem sendo acometida por atos

Fernando Hueb de Menezes
Publicado em 16/07/2015 às 19:23Atualizado em 16/12/2022 às 23:17
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Estamos vivendo um momento crítico. A sociedade vem sendo acometida por atos de violência e desamor. Como explicar as atitudes alucinadas de hostilidade e selvageria, em crimes contra mulheres e crianças indefesas? Não existem mais limites e nem critérios. A criminalidade está desgovernada, como uma carreta ladeira abaixo, sem controle e com destino trágico.

As redes sociais, que poderiam contribuir, muitas vezes são utilizadas como ferramenta de estímulo e propagação da violência. Vejo indivíduos mais preocupados em registrar um crime com um aparelho celular, que socorrer a vítima e talvez salvá-la ou diminuir suas sequelas. Atos de selvageria conquistam audiência cada dia maior, em detrimento às notícias favoráveis e contributivas.

Muitos clamam por policiais nas ruas, pelo direito do armamento aos indivíduos comuns ou por leis e punições mais severas. Essas hipóteses vêm sendo amplamente discutidas pelos órgãos governamentais, com opiniões diversas e divergentes, muitas vezes impensadas pela quentura da emoção. Estamos chegando ao ponto de comemorarmos quando a justiça é feita com as próprias mãos, demonstrando a inquietação de um povo que está exausto de ver pessoas inocentes ser alvejadas.

Não penso que esse seja o melhor caminho. Tratar a violência com mais violência chega a ser insano. Aliás, não considero os aspectos citados como foco principal dessa discussão. Acredito que temos que trabalhar no ninho, na origem da questão, que se inicia na maior instituição da sociedade, a família.

Talvez esteja faltando na constituição familiar religiosidade, elemento fundamental para a formação do ser humano. Talvez esteja faltando zelo por parte dos pais na educação dos filhos, muitas vezes transferida para a escola. Talvez esteja faltando o amor entre os entes, que deveria ser demonstrado todos os dias, através de gestos. Talvez esteja faltando a sedimentação dos bons valores, ascendida basicamente através do exemplo. Creio que a cura para a violência esteja no resgate da essência humana e no motivo de sua existência: o amor ao próximo.

(*) Professor e Pesquisador da Universidade de Uberaba, chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba

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