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Nem sempre o sol brilha para todos

Estou vendo e enxergando Uberaba do alto do 11º andar. No topo de um morro

Marília Andrade Montes Cordeiro
Publicado em 04/07/2015 às 19:05Atualizado em 16/12/2022 às 23:27
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Estou vendo e enxergando Uberaba do alto do 11º andar.

No topo de um morro, me sinto morando... nas nuvens!

Ou num hotel 5 estrelas, talvez! 

O fato é que quando filhos, netos e marido me dão uma trégua, posso sentir e analisar Uberaba sobre diversos ângulos.

E o olhar a 360 graus, das alturas, é bem heterogêneo e diverso.

Em cada ângulo, uma nova imagem, que reflete uma cidade palpitante e confusa. A cada dia mais complexa. E que, infelizmente, eu já não reconheço como a cidade que nasci, cresci e pela qual torço com carinho de mãe zelosa.

Na grande varanda, se olho para a frente – o centro frenético com o inacabável “Água Viva”, que parece ir e voltar por nossa Avenida Central, sem nunca acabar e sem que enxerguemos os resultados concretos, mas que, se foram bem executados, com certeza virão. 

Tudo sobre o olhar guloso do McDonald’s e sobre as bênçãos complacentes da Medalha Milagrosa. Lá longe, um prédio chama atenção e reina soberano.

Girando à direita – uma visão cosmopolita, digna de Londres, NY, ou Paris. Luzes frenéticas da enorme roda-gigante que faz pouso temporário em nosso shopping enfeitam a noite e alegram a alma.

Rodando um pouco mais – um tradicional e antigo bairro classe média. Casas com enormes quintais, um pouco decadentes, com galos, galinhas e uma seriema, que insiste em cantar de madrugada. Fechando o ângulo, imensos terrenos de engorda, de herança, do município, não sei.

O fato é que nos dão uma visão bucólica e que estão ali, ao alcance da mão, mas intocáveis. Cercados por cercas e grades. Mas, visto do alto, um verde sem fim, que me remete a doces pastagens de outrora.

E o melhor: um pôr do sol de sensibilizar aos mais descrentes. Um caleidoscópio de cores que explodem em contraste com ruas asfaltadas e de brilho metálico.

Uma sinfonia para aqueles que têm olhos para ver e ouvidos que ousam ouvir o murmúrio do vento sibilante, que tanto tem me incomodado.

O sol! Esse dança frenético pela cidade.

Às vezes, brilha em alguns desses ângulos, se esconde em outros. Se alterna. Brinca tipo criança em algumas horas. É tímido, egoísta, harmônico. Se expõe atrevido em outros cantos.

Mas, se você quiser, pode se inebriar nos seus raios. Ele está quase sempre lá. E sua energia é incrível.

Sombra! Luz! Escuridão!

Seu movimento me remete ao viver. “Tempos de paz e tempos de guerra”.

Temos de ter a coragem e persistência de buscar a paz em qualquer época.

A chama divina brilha em nosso íntimo e o sol exuberante, no hemisfério norte. Mas precisamos buscá-los para sorver seus benefícios.

(*) Mãe de família

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