ARTICULISTAS

Morte anunciada

Recordo-me como se fosse hoje de uma visita que fizemos, diga-se, à Academia de Letras

João Eurípedes Sabino
Publicado em 03/07/2015 às 20:34Atualizado em 16/12/2022 às 23:28
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Recordo-me como se fosse hoje de uma visita que fizemos, diga-se, à Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ao Instituto Agronelli, propriedade agrícola modelo, do empresário Marco Túlio Paulinelli. Era o dia 26/09/2009, quando publiquei depois o artigo “Inegociável legado”, em alusão àquele impagável patrimônio.

A inesquecível amiga e acadêmica Terezinha Hueb de Menezes e todos nós seus pares ficamos visivelmente deslumbrados diante de uma floresta composta por árvores carregadas da espécie frutífera Jambolão. Não era para menos, já que o local fora antes um vale quase sem serventia.

Enquanto num veículo apropriado o nosso grupo percorria toda a fazenda, Toninho da Viola dava o tom com acordes clássicos do nosso cancioneiro. “Ah se eu tivesse pelo menos uma árvore dessas!”, confessou-me a amiga Terezinha. Ela não tinha dado conta de que a pouco mais de metros do seu colégio, o Nossa Senhora das Graças, havia um frondoso Jambolão. Lá estava ele, como ainda está, na avenida Francisco Pagliaro, em frente do imóvel onde Murilo Pacheco de Menezes instalou seu comitê político para ser eleito vereador de 1989 a 1992.

Há um detalhe: “a árvore de Terezinha Hueb” recentemente teve o tronco ferido por objeto perfurante e doses letais de veneno lhe foram injetadas. Agora ela morre, secando de baixo para cima, e sua vida está por um fio.

Imagino a tristeza de Terezinha e Murilo se ambos estivessem testemunhando o fim daquela majestosa árvore frutífera, cujos pássaros se serviam dela para alimentar e fazer seus ninhos. Não seria surpresa ver o casal chorando.

Pessoas que, como eu, viram o plantio daquele Syzygium Cumini Lamarck, assistiram ao seu crescimento, floração e a forragem do passeio com suas frutas roxas, hoje, ao pisarem ali, escutam o estalar das folhas transformadas em pequenos beijus quebradiços. Seis árvores na rua e mataram a maior delas.

Outras árvores morrem espalhadas pela cidade! Haja vista que há mais de três anos foram mortas 37 Flamboyant em frente do Terminal Rodoviário Jurandyr Cordeiro. A promessa de replantio continua, mas árvores novas que é bom...

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