Em mais um despertar, penso como vai ser meu dia. Penso nos desafios que virão e nos imbróglios do cotidiano. Penso nas pessoas que irei encontrar e nas polêmicas que, com certeza, irei enfrentar. Ao abrir os olhos, como um relâmpago, os pensamentos surgem e afetam meu consciente, definindo meu estado de espírito para lidar com mais um dia.
Todos nós vivemos essa sensação. A maioria dos indivíduos sofre com o amanhã. As incertezas de um novo dia interferem no hoje, desencadeando um sofrimento por antecedência, capaz de influenciar o relacionamento familiar e a convivência com as pessoas. Um verdadeiro equívoco!
Cada amanhecer é uma nova oportunidade. O tempo é ligeiro. Quantos de nós não desejaríamos mais um dia com a pessoa querida, com os pais que se foram ou com o filho que partiu. Um minuto sequer, para dizer o que não foi dito, para expressar todo o sentimento guardado, para tocar o rosto e acalentar com o último olhar.
Será que damos valor àquilo que realmente importa? Será que temos tempo para picuinhas e desavenças desnecessárias? Será que estamos aproveitando bem e extraindo tudo que há de bom na nossa existência? A vida é muito curta e talvez nossas preocupações sejam muito vazias. Preenchemos nossa mente com questões tão insignificantes, que não deixamos espaço para os risos, o entusiasmo e as alegrias. Mas nunca é tarde para se reavaliar!
Quero acordar e contemplar um novo dia. Agradecer pela vida, pensar nos momentos bons que irei viver, procurar as pessoas amadas, abraçá-las e dizer o quanto as amo. Quero viver cada momento, cada instante, plenamente. Quero meu coração disparado, ao ver os olhos do meu filho se abrindo e expressando todo o amor que sente por mim. O ontem já se foi e o amanhã não existe. O que existe é o hoje, o agora. O amanhã só existirá quando ele chegar... se chegar. Vamos viver o presente, o verdadeiro e real presente de Deus!
(*) Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba, chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba