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Partiu José Lúcio

Hoje amanheci me perguntando por que gosto de escrever sobre as pessoas que partem desta vida para a outra

Vera Lúcia Dias
Publicado em 26/06/2015 às 09:57Atualizado em 16/12/2022 às 23:34
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 Partiu José Lúcio

Hoje amanheci me perguntando por que gosto de escrever sobre as pessoas que partem desta vida para a outra. As respostas que encontrei é que isso representa minha homenagem e expressão de minha admiração e respeito.

Nem sempre o faço com facilidade. Fico pensando em como as famílias se sentirão ao verem um ente querido retratado numa crônica de jornal; se sentir-se-ão contempladas, ou não, apesar de minha boa intenção. Pelo sim e pelo não, resolvi escrever sobre José Lúcio Aragão.

Não o conheci durante toda a vida. Meu contato com ele foi em sua maturidade plena, junto à sua inseparável esposa, Sônia, na Fundação Logosófica, como um companheiro de estudos bem mais avançado.

Segundo o que sempre ali ouvi várias vezes, foi ele quem trouxe a Logosofia para Uberaba há quase quarenta anos. Na década de setenta, ele prospectou que alguns jovens possuíam potencial para absorver os conhecimentos que lhe haviam encantado em Belo Horizonte e também para difundi-los, como fazem muitos deles até hoje.

Imagino que, se numa convivência de quase dez anos aprendi a admirá-lo por seu caráter e retidão, como devem estar se sentindo estes, hoje senhores e senhoras, que com ele conviveram por quase quarenta anos?

Que o digam Zezé, Lúcia, Hamilton, Zulmira, Sabino, Marisinha, Jaime Tomé, Gerusa e outros que beberam na sua fonte de Sabedoria!

Não sei se sempre foi assim, mas José Lúcio me parecia a ponderação em pessoa. Era aquele a quem se ouvia sem querer perder uma só palavra. Suas compreensões da vida eram sempre inquestionáveis em nossas reuniões.

Apesar de sua trajetória profissional vastíssima, era pessoa simples. Enfrentava as mazelas do nosso tempo, mas vislumbrava com clareza outro mundo com uma nova cultura de valores mais transcendentais.

Certa vez, fiz um estudo sobre a morte e o morrer na perspectiva da ciência logosófica. Nele aprendi que os homens não morrem se deixarem escritas boas coisas no livro da eternidade, que é a própria história da humanidade.

Se é assim, José Lúcio não morreu. Deixou registradas boas memórias e encarnou os ensinamentos de Pecotche, no livro Bases Para Sua Conduta:

“Quero que você persevere no cultivo de meus ensinamentos, porque eles ampararão sua vida. Eles o internarão nessa região incomensurável que, partindo do próprio ser, se estende para além do túmulo e une a terra com o céu numa soberba apoteose de amor”.Siga em Paz, nosso querido e respeitado amigo!

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