ARTICULISTAS

Agir coerente

O mundo está assustado com tanta corrupção. É incalculável a vulnerabilidade

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 13/06/2015 às 19:27Atualizado em 16/12/2022 às 23:45
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O mundo está assustado com tanta corrupção. É incalculável a vulnerabilidade de quem lida com muito dinheiro. As pessoas não medem o tamanho das consequências provocadas por atitudes desonestas, injustas e irresponsáveis. Lesam a dignidade das instituições. Quem sofre com isso são os mais fracos, que dependem das condições mínimas para sobrevivência e uma vida digna.

Ainda bem que nem tudo está perdido! Há possibilidade de uma sociedade diferente, de práticas com mais transparência, com a atuação de pessoas eticamente bem formadas. Os desonestos deveriam ser punidos com uma medida nas proporções do roubo praticado. A impunidade é a principal causa do imbróglio que vemos.

As injustiças dos últimos tempos no mundo, organizadas e maquinadas, afrontam as instituições, as pessoas e o próprio Deus. Elas estão por todo lado, em todas as classes da cultura moderna, surtindo efeito cascata, provocando um adágio muito preocupante: “Fazem assim, porque eu também não posso fazer?”.

A “Bíblia” fala do valor da semente, quando plantada em terra boa. As consequências dependem da identidade da semente e da terra onde é plantada. O dinheiro, em si, é bom. A riqueza, também. O problema é a conduta de quem administra riquezas monetárias, não as destinando para os fins para os quais são determinados.

No passado, a infidelidade do povo judeu lhe custou o preço do exílio na Babilônia. O povo foi punido exemplarmente, fazendo-o restaurar e revitalizar sua identidade, fragilizada pela desorganização e pelo descumprimento dos preceitos do Senhor. O ser humano tem capacidade para ser diferente e retomar um caminho de credibilidade e confiança das pessoas. O Brasil precisa fazer esse processo.

Portanto, agir coerentemente tem sido desafio para muitos de nossos dirigentes. Faltam princípios básicos para cimentar uma prática de honestidade em relação ao que é do povo, da coletividade, e não de suprir interesses particulares. Estamos em momento de esperança diante da publicidade e da ação da Justiça em relação a algumas pessoas que depredam, de forma injusta, e desviam bens impróprios, prejudicando a outros. Que realmente sejam punidos.

(*) Arcebispo de Uberaba

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