Surpresas

Jurados que atuam em programas nos quais os participantes se apresentam em suas especialidades, às vezes, fazem suas trapalhadas, por seus julgamentos equivocados.

Uma delas aconteceu quando Susan Boyle se apresentou num programa de calouros para cantar I Dreamed a Dream, sucesso na voz de Elaine Page. Em entrevista, antes de cantar, mostrou-se humilde. Os três jurados e o auditório pareciam incrédulos. Porém Susan foi uma doce surpresa: cantou lindamente, com sua potente voz. Os jurados se renderam a esse encanto e aprovaram a caloura para a fase seguinte do concurso. Susan se tornou campeã na disputa e se despontou como cantora de sucesso mundial. Hoje apresenta-se também com Elaine Page.

Houve outra trapalhada de um jurado, quando dois homens e uma mulher formavam um júri. Um deles era extremamente rigoroso e tripudiava sobre quem se apresentasse. Com suas críticas negativas, apontava apenas defeitos nas interpretações dos candidatos, que precisavam de muito sangue frio para enfrentar a fera.

Numa noite surgiu um candidato jovem, magro, vestindo jeans, simples assim, aparentemente em discordância com o número que ia apresentar: O Lago dos Cisnes.

Na entrevista que antecede a apresentação, um jurado quis saber: “Quem ensaiou você?” “Eu mesmo criei a coreografia” _ respondeu o candidato. O jurado estava pasm “Você tem algum professor de dança?” “Não.” “Sabe que esta coreografia é feita por uma dançarina, toda de branco, com sapatilhas?” “Sei, sim, senhor” Diante das adversidades, não havia mais o que perguntar. “Então vamos à apresentação!”

Hoje o mundo é testemunha desse admirável espetáculo de vitória sobre as adversidades. De repente, o talentoso bailarino tomou conta do espaço, num balé inigualável. Ao final, quando se deitou no palco, interpretando a morte do cisne, o público o aplaudiu de pé. Um dos jurados ficou mudo no momento em que deveria tecer seu comentário e atribuir uma nota ao bailarino e passou um lenço sobre os olhos úmidos. “Você está chorando?” - perguntaram-lhe. Sim, estava.

Julgamentos podem ser preconceituosos e errôneos. Na verdade, às vezes as vicissitudes armam a pessoa para que seja forte, supere julgamentos covardes e conquiste o lugar que lhe pertence. O ser humano pode se revelar, surpreender. É preciso acreditar no potencial de cada um e proporcionar oportunidades para que a humanidade se torne cada vez melhor.