A vida tem facetas as mais engraçadas possíveis. No nosso dia a dia, ouvimos histórias e estórias e se não tivermos o cuidado de verificar sua autenticidade, corremos o risco de passá-las adiante sem checarmos se verdadeiras ou falsas. Daí o cuidado que devemos ter para não atestarmos coisas ou contos que não são fatos e até nem versões, no máximo, boatos.
Nossa vida atual é pontilhada de situações cotidianas que ao não serem devidamente apuradas podem causar transtornos ou mal entendidos.
No mercado financeiro se ganham ou perdem fortunas, num piscar de olhos, só com rumores e versões que não necessariamente são fatos verídicos ou se configuram no momento seguinte em fatos reais. No início deste ano, vários boatos falavam em confisco da poupança e demais ativos financeiros, aplicados nos bancos nacionais. Poucos se dão conta que este fato hoje é proibido pela Constituição Brasileira. Este é um exemplo de efeito devastador de versões que não se tornam fatos verídicos.
Eventualmente, essas versões se propagam quando determinados interesses estão em jogo e determinados grupos têm muito a ganhar com a disseminação desses boatos.Em sociedade, em família e também nas empresas sempre nos deparamos com pessoas espalhando boatos, criando versões de situações que via de regra levam outros a atritos, separações e demissões, e pouco tempo depois, já tendo o mal se disseminado, efeitos devastadores e irreparáveis, constata-se de fato que aquilo que parecia ser uma coisa, efetivamente é outra.
O desmentido, o eventual pedido de desculpa e até o deixar para lá, não apagam o mal gerado. Nossa condição de ser humano nos deveria fazer refletir, pensar, racionalizar antes de agir por impulso, maldade e mentira. Infelizmente, quase sempre não é assim. Fazemos tanta intriga que até guerras são declaradas em nome de Deus e de religiões. Com a desculpa do futebol, do time do coração, deixamos o lazer e transformamos estádios em praças de guerra. A FIFA agradece, mas este é assunto para outro momento.
Voltando ao nosso dia a dia, várias são as pessoas que distorcem a verdade e, ao insistir e repetir, querem fazer de suas versões verdades absolutas. Você, nosso leitor, por acaso conhece ou convive com alguém assim?
Na TV fechada tem um programa que tem o título do nosso artigo, e lá se reúnem jornalistas que cobrem a vida política de Brasília, com fatos, versões e apostas do cafezinho, sobre o que será notícia na semana. Ainda bem que isso só acontece lá, com as notícias do governo central e do congresso nacional. Várias vezes me descubro imaginando como seria um programa deste em nossa cidade. Alguém se habilita a descobrir quais os fatos, as versões e o cafezinho da semana por aqui?
Karim Abud Mauad
