Ambiente: pisos paredes e tetos / Podem fazer parte dele / Mas não o faz completo
Ambiente: pisos paredes e tetos / Podem fazer parte dele / Mas não o faz completo / Se o amor e o afeto / Estiverem maculados nele.
Ambiente: expressão do aconchego / Retrato do acatamento consciente / Que aglutina a humanidade / Integra com irmandade / Corações sóbrios e inteligentes.
Ambiente: lugar onde vivemos / Passamos ali nossas vidas / Edificamos nosso respeitável conceito / De coisas imateriais é feito / E de pessoas que por nós são queridas.
Ambiente: campo experimental imenso / Em que devemos exercer a contenção / Cultivar valores inalienáveis / Respeitar conceitos imutáveis / Passando longe da decepção.
Err oh distúrbio sem limite! / Hóspede eterno do gênero humano / Em toda circunstância você existe / Deturpa tudo ano após ano.
Err se você não existisse / O homem outro ser seria / Haverá sempre quem um dia disse: “Sem você outra vida eu teria”.
Err por que me assedia tanto? / Induz-me a agir sem usar a razão / Depois me deixa só a fluir meu pranto / Após ter feito em mim a sua intromissão.
Err a única técnica pra não vê-lo avante / Obstruir e blindar sua avassaladora ação / É manter-me acordado atento e vigilante / Não ter a desgraça por merecida sanção.
Ninguém tem telhado de vidro, diz o ditado; inclusive eu.
O momento, as circunstâncias, os fatos, a atualidade, etc. me incitaram a buscar em meus guardados poéticos os poemas “Ambiente” e “Erro”, condensando os dois em um. Ambos não têm destinatário certo, mas se destinam a quem interessar possa. Se provocarem uma reflexão sequer, dar-me-ei por realizado. Aliás, essa é a verdadeira paga de quem ama as letras e escreve.