ARTICULISTAS

Inocência de brasileiro

Ontem recebi um pequeno vídeo que veio corroborar alguns pensamentos e sentimentos

Vera Lúcia Dias
Publicado em 29/05/2015 às 19:54Atualizado em 16/12/2022 às 23:57
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Ontem recebi um pequeno vídeo que veio corroborar alguns pensamentos e sentimentos que procuro transmitir quando converso sobre o tema Ética.

O referido vídeo trata, em resumo, o quanto o povo brasileiro acredita em algumas coisas da política da mesma forma em que acredita no Papai Noel.

Dentre essas crenças está a de que se tirar uma pessoa do governo, como, por exemplo, a senhora presidenta, o Brasil estará livre da corrupção.

Ledo engano de quem acredita nisso. A corrupção já se alastra de tal forma que se assemelha a uma metástase que consome os órgãos de um corpo.

Ela está no meio de nós, naqueles que utilizam sua influência para bem empregar parentes e amigos, conseguem benefícios públicos em proveito próprio, dão um “jeitinho” furando filas de espera, estacionando em local proibido ou ultrapassando pelo lado errado ou acostamento.

Ela está nos pais que pagam advogado para o filho estudante reprovado na Faculdade por faltas, negligências, atrasos, trabalhos feitos por terceiros, etc., ou quando ele, embriagado, atropela e mata alguém.

É praticada também por quem leva objetos do serviço para casa ou não zela dos seus equipamentos de trabalho ou ainda que utiliza a máquina administrativa em benefício de candidato em disputa eleitoral...

Falando de corrupção, há uma música de Ana Carolina chamada “Unimultiplicidade”, que é precedida de um texto muito interessante de Elisa Lucinda (que recentemente esteve em Uberaba), que se chama “Só de Sacanagem”. A primeira canta: “Esse Brasil corrupção”... / Puta saco de mau cheiro do Acre ao Rio de Janeiro / Neste país de mandachuvas, cheio de mãos e luvas/ Tem sempre alguém se dando bem, de São Paulo a Belém...”

De outro lado, Elisa Lucinda, coloca: “Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: “Não roubarás”, “Devolva o lápis do coleguinha”. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem!”.

Esse texto me faz recordar de que, profissionalmente, já fui chamada de legalista por não concordar com coisas erradas. Hoje as pessoas que assim me acusaram respondem a processos por feitos considerados ilegais. Sei que os mesmos poderão não dar em nada, mas pelo menos os conselhos de meus velhos têm me poupado muita dor de cabeça e me garantido colocar a cabeça no travesseiro e dormir em paz...

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