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“Quem é, é; quem não é, não é”

Mesmo sem recomendações especializadas, muitos se comportam nos excessos de tantas e desnecessárias coisas

Publicado em 18/05/2015 às 16:02Atualizado em 16/12/2022 às 03:29
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 “Quem é, é; quem não é, não é”

Manoel Therezo

Professor Emérito Fac. Odonto-UNIUBE

Mesmo sem recomendações especializadas, muitos se comportam nos excessos de tantas e desnecessárias coisas. É comum assistirmos pelas ruas, criaturas com garrafinhas d’água se empanturrando mesmo sem sede. Ao que parece, o objetivo maior é estar na moda porque, tomar água sem sede é um intragável que se empurra goela abaixo. De um modo geral, muitos naturalmente tomam muita água. Outros, não tanto. Alguns sequer se lembram disso. Certamente, esses últimos mesmo sem tal propósito, equilibram essa necessidade com alimentos mais aquosos, como café, leite, chá, frutas, sopas, bebidas e outros. O que na verdade se tem, é que ninguém precisa se preocupar com o quanto de água necessita para manter-se hidratado e com normal funcionamento renal. A natureza seria demais falha, capenga, se não nos dotasse da SEDE; um mecanismo autônomo que nos solicita à umectação, que varia com o clima, com o metabolismo de cada qual, com a alimentação, com atividade física etc.

Todo o excesso, seja do que for, o organismo trabalha para excretá-lo sem qualquer proveito. Pela televisão, já ouvimos de nefrologistas, que pela cor de nossa urina se demais escura ou demais clara, logo entendemos o que estamos fazendo. Menciona a literatura médica, que o leite embora não sendo grande hidratante, é mais eficiente que a água por razão de sua digestão mais lenta.

Há relato* de que em um concurso para ver quem mais ingeria água, um competidor após tomar de uma só vez mais de dois litros seguidamente, morreu acometido por Hiponatremia dilucional*. Citam alguns médicos que hidratação não é algo tão simples quanto a princípio parece ser. Hidratar um paciente em estado de coma exemplificando, é um desafio à Medicina, comentam. Seria fácil demais... Bastaria colocar dois litros de soro na veia do paciente e pronto. Lemos que esse procedimento de água a todo instante, com ou sem sede, é o maior MITO já propalado.

O nosso fisiologismo é claro no que se refere às nossas necessidades. A fome, o alimento, a sede, o cansaço, o descanso, o frio, o calor e outros, nos são expressos em mensagens precisas. As manifestações orgânicas não operam falsamente. Tenha que a elastina* não melhora sua propriedade porque se ingere dois ou mais litros de água por dia. A água é sim de vital importância ao organismo, mas o excesso não. Tome água quando e o quanto o seu organismo pedir. Não espere em troca desses dois ou mais litros d’água por dia, uma pele lindíssima, sedosa, livre das promessas da idade. Não serão eles milagrosos. Somos o que somos, porque já nascemos prontos – daí, tenha por certo que: “Quem é, é; quem não é, não é”.

*Elastina- Elemento proteico fundamental das fibras elásticas.

* Relato - Citado na Internet.

*Hiponatremia dilucional - Pela Internet: “Distúrbio do Equilíbrio Hidroelétrico. Excesso de água a diluir o sódio plasmático. Se a capacidade renal de excretar água for menor que a ingestão dela, pode ocorrer a Hiponatremia dilucional”.

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